Banco Central eleva juros pela sétima vez e retira mais recursos do país
O Banco Central elevou, pela sétima vez seguida, os juros básicos após reunião do Copom, na quarta-feira (15). A taxa Selic subiu 0,50 p.p, elevando o juro para 10,50% ao ano.
Mais uma vez o Banco Central volta a assaltar o dinheiro do país, da educação, do transporte, da saúde, para beneficiar os banqueiros.
Apenas de janeiro a novembro de 2013, foram transferidos aos bancos, sob forma de juros, R$ 224.843.051.195 (224 bilhões, 843 milhões, 51 mil e 195 reais) – o que equivale a 5,15% do PIB, ou seja, da soma de todos os valores criados em mercadorias e serviços pela Nação.
Em relação ao ano anterior, o aumento foi de +15,45% nas remessas de juros. No mesmo período de 2012 foram drenados R$ 194.760.676.519, o que já era muito, pois correspondia, na época, a 4,87% do PIB.
Isso tudo em um momento em que enfrentamos uma total paralisia nos investimentos em Educação. Segundo matéria do Correio Brasiliense, os gastos com Educação em 2013 somam um total de R$ 9,3 bilhões, ficando abaixo até mesmo da meta do próprio governo.
Os dados demonstram que os investimentos em Educação estão ainda muito aquém das reivindicações dos estudantes e de toda a sociedade. Desde o ano passado, foram realizadas diversas manifestações contra os juros altos e em defesa de 10% do PIB para a educação pública, conforme o projeto da Câmara do Plano Nacional de Educação (PNE). No entanto, o governo vem demonstrando que sua prioridade é outra.
Diversas entidades já se manifestaram contra mais esse aumento de juros. Para a Contraf-CUT, a alta dos juros “só atende ao apetite insaciável do mercado financeiro e do capital especulativo e prejudica os trabalhadores e a sociedade brasileira”. “Quem ganha com o aumento da Selic são os rentistas que aplicam em títulos da dívida pública indexados à Selic”.
As centrais sindicais também se manifestaram: Conforme a CTB, esse aumento “é uma afronta aos interesses do povo brasileiro e de sua classe trabalhadora”. “Os custos de tal decisão são altíssimos e colocam em xeque o desenvolvimento do país”, ressaltou Adilson Araújo, presidente da Central. “O Banco Central, com a complacência do governo federal, se dobrou à pressão do mercado financeiro e, reunião após reunião, tem se mantido em perfeita sintonia às demandas dos rentistas”, completou.
A Força Sindical também alertou para as consequências da elevação da Selic: “redução do consumo, da produção e do emprego”. Para o presidente da entidade, Miguel Torres, “a medida evidencia a falta de prioridade do governo com relação ao crescimento econômico e, sobretudo, com relação ao desenvolvimento econômico”.
A decisão também foi repudiada pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp): “O Copom mais uma vez errou”. “Com este novo aumento da taxa Selic, 2014 começa mal, indicando que a esperada retomada da indústria ficará para depois. O Brasil não pode esperar. Precisamos nos libertar da política exclusiva de aumento de juros e ter como novo foco o crescimento econômico. A inflação precisa ser contida, mas é necessário buscar alternativas para combatê-la que não penalizem tanto a atividade econômica e a vida das empresas e das pessoas”, destacou Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp. “Em 2013 o crescimento da indústria não foi capaz de compensar o encolhimento de 2,5% do ano anterior”, ressaltou.
Informações: Hora do Povo, Correio Brasiliense, Fiesp e Centrais.