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Mais fortes são os poderes do povo – Valério Bemfica

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“O grande mérito do filme é construir uma fábula que nos lembra que o povo, diante das vicissitudes, das adversidades, procura sobreviver”

 

Bacurau se aproxima da cifra de 1 milhão de espectadores

VALÉRIO BEMFICA (*)

Fui assistir a Bacurau há poucos dias, quase encerrada sua temporada nos cinemas. O filme é muito bom, apesar de alguns senões. A sinopse oficial do filme diz: “Num futuro recente, Bacurau, um povoado do sertão de Pernambuco, some misteriosamente do mapa. Quando uma série de assassinatos inexplicáveis começam a acontecer, os moradores da cidade tentam reagir. Mas como se defender de um inimigo desconhecido e implacável?” Nenhuma sinopse pode – nem deve – revelar tudo sobre o filme. E Bacurau traz muito mais.

O filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles é uma alegoria do Brasil, não em seu presente imediato, mas o que ele pode se tornar logo mais. Foi concluído antes das últimas eleições (o projeto iniciou em 2009) e leva ao paroxismo determinadas situações que vivenciamos hoje. Aponta consequências possíveis e extremas de situações que vêm se naturalizando.

Em Bacurau todos têm celular, adultos, crianças, velhos. Até o meio do filme, o sinal é excelente mesmo no meio do sertão. O verdadeiro paraíso para aqueles que acreditam em revolução por meio do smartphone. Mas não tem água, dependendo de um carro-pipa. Não tem remédios em seu posto de saúde, onde atende a médica Domingas (Sonia Braga), alcoólatra. A escola está caindo aos pedaços, mas tem uma lousa eletrônica e o professor ensina seus alunos com um tablet. Não tem polícia, mas um “posto avançado” da comunidade avisa – pelo celular – quando alguém se aproxima. Todos assistem, sem surpresa, um vídeo que circula na internet com as façanhas do matador/assaltante Pacote. E ele vive tranquilamente na comunidade, apenas ressaltando que nem todos os crimes são obra dele, e pedindo para ser tratado pelo nome de batismo, Acácio.

Com a proximidade das eleições, o poder público assistencialista faz uma entrega de alimentos (com o prazo de validade vencido), de remédios (supositórios estupefacientes, tarja preta) e livros (despejados da caçamba de um caminhão, como se fossem uma carga de areia). E caixões! A resposta dos habitantes (avisados pelo celular da chegada do prefeito) é recolherem-se a suas casas. Tony Jr., o político engomadinho, discursa para ruas vazias. E ouve impropérios anônimos, vindos de casas fechadas. O prefeito que faz a entrega e pede votos antecipados em uma urna eletrônica portátil, é também o que negociou o povoado com um grupo de estrangeiros para que ali realizassem um safári humano. Ou seja, Bacurau é, aparentemente, passiva. Aceita, estoicamente, as mazelas de seu abandono. Vira as costas à política e troca memes pelo celular.

Mas é um filme que demanda atenção aos detalhes. A cidade tem um museu, do qual se orgulha. Os habitantes insistem para que os inimigos, que chegam disfarçados, visitem. À noite jogam capoeira. A trilha sonora não é o funk nem o arrocha. Na falta de medicamentos, um raizeiro cuida dos moradores. A escola orgulha-se de ter a maior e melhor biblioteca da região.

O início dos ataques a Bacurau coincide com a morte de sua matriarca, Dona Carmelita, interpretada por Lia de Itamaracá. E a belíssima cena do cortejo fúnebre daquela que era o seu esteio, já indica que a vila tem uma complexidade maior do que revelam as aparências. É logo após o enterro que o professor Plínio (Wilson Rabelo) não consegue mais mostrar a seus alunos onde está Bacurau no mapa da Internet. Imediatamente puxa um antigo mapa em papel e diz “aqui nós sempre estaremos”.

A primeira medida dos inimigos é cortar o sinal dos celulares. A seguir, são descobertos os primeiros assassinatos. “Estamos sendo atacados”, conclui Pacote/Acácio. Sem comunicação com o mundo exterior, cercados, apelam para Lunga (Silvero Pereira), misto de cangaceiro e guerrilheiro de visual andrógino. Ele aceita organizar a resistência. Mas será o conjunto da população que a levará a cabo. Os primeiros inimigos são abatidos com tiros de duas velhas garruchas, justamente pelo raizeiro e sua esposa (Carlos Francisco e Ingrid Trigueiro), que vivem nus, longe da cidade. Diante de uma das invasoras, moribunda, Damiano pergunta: “Quer viver ou quer morrer?”. E, ouvindo a súplica da americana, pronunciada por meio de um ultra moderno tradutor instantâneo, presta-lhe atendimento.

Quando da tentativa final de invasão, é de toda a população que vêm os tiros. Estão atocaiados, significativamente, no museu e na escola. Passado e futuro. Cultura e educação, memória e conhecimento engendrando a resistência. Ação coletiva e organizada do povo. Cabe a Lunga degolar os invasores, enfileirando as cabeças em uma cena que emula as fotos da captura do bando de Lampião, expostas nas paredes do Museu de Bacurau. A população fotografa a cena.

O primeiro senão possível é que os invasores são bastante estereotipados. Nenhum revela o porquê de estar ali, com exceção de um, que confessa estar naquela aventura por não conseguir “livrar-se de uma dor profunda” (um pé na bunda que levou), cometendo uma chacina em seu país, e então optou por matar brasileiros. São maus por serem maus. Ainda que o chefão revele uma estranha ética (“não atiro em mulheres”) e outro classifique de nazismo a morte de uma criança (se fosse um adolescente, tudo bem). Mas talvez esta seja a intenção dos diretores: o foco está na capacidade de resistência do povo, não nas motivações de seus opressores. O segundo senão está na figura de dois brasileiros do sul, que se consideram tão brancos quanto os gringos, e por isso juntam-se a eles. Acabam mortos por seus parceiros, pois não são tão brancos assim. Não é preciso argumentar o exagero da caricatura. Finalmente, a figura de Lunga. Menos do que a desnecessária androginia da personagem, a confusão da figura de guerrilheiro-bandido-cangaceiro causa maior incômodo. Figuras como Lampião e Conselheiro figuram no imaginário popular como signos de justiça e luta. Mas não são revolucionários. Canalizam o sentimento de revolta, mas são incapazes de levar adiante uma luta real, que atinja as raízes da opressão e da desigualdade. Talvez por isso caiba-lhe o papel da vingança, como degolador. Mas nenhuma destas questões é capaz de tirar o mérito do filme.

O filme termina – spoiler! – com um final digno para o prefeito e para o nazista chefe dos vilões. Tony Jr. é despido, amarrado, vendado e montado de costas num jegue e levado para a caatinga, para que mandacarus, cactos, xique-xiques e palmas cuidem de seu lombo. Michael (Udo Kier) é conduzido para um buraco-masmorra, que será trancado e coberto de terra. Não antes sem desdenhar: “vocês não imaginam quanta gente nós já matamos”. E, antes que se feche a masmorra, ameaçar: “isso é só o começo”.

Antes de assistir a Bacurau já havia lido – e ouvido – muita coisa sobre o filme. É claro que não levei em conta as babujadas das milícias virtuais sobre o filme ser um acabado exemplo de marxismo cultural. Quem consegue achar que o governo do capitão está fazendo coisas louváveis na área da Educação e da Cultura (em qualquer área, aliás) não tem as mínimas condições de avaliar um filme. Mais me interessaram os vários elogios da crítica especializada, que citavam as múltiplas referências do diretor, de Tarantino a Glauber Rocha, de John Carpenter a José Mujica, os aspectos técnicos do filme, o bom desempenho dos atores. Tudo isso, é claro, é muito importante. Revela a habilidade dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Não por outro motivo, a obra mereceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

Mas outros filmes brasileiros primorosos não chegaram a mobilizar tanto público – Bacurau está caminhando para a marca nada desprezível de um milhão de espectadores. Há algo na história que sintonizou bastante bem com o público. Gostaria de comentar duas opiniões opostas, mas que cometem o mesmo erro.

Entre os que odiaram o filme, um coxinha-sênior, ex-trotskista e hoje comodamente instalado nas hostes da “nova” direita, Demétrio Magnoli. Sua leitura rasa, preconceituosa e esquemática do filme o faz concluir que Bacurau é “testemunho (…) da extinção de qualquer traço de vida inteligente na esquerda brasileira”. Incapaz de enxergar mais longe do que seus dogmas liberais, de fugir de seus preconceitos, viu no filme “uma cartilha do PCdoB”.Entre os que o amaram, a ciber-esquerdista Ivana Bentes. Perguntando-se quem são os heróis de Bacurau, enxerga: “O Brasil que emergiu no ciclo democrático dos últimos 13 anos, as minorias que se tornaram sujeitos do discurso, os ex-quecidos do Brasil rural, ribeirinho, periférico, as figuras fronteiriças, como a extraordinária cangaceira trans, encarnada por Silvero Pereira.”

Ambos cometem o mesmo erro: não conseguem entender o caráter alegórico do filme – que lembra Glauber – projetando nele os símbolos de seus medos e desejos. Demétrio, os comunistas e o marxismo que ele jurou ter visto morrer, mas que seguem vivos. Ivana, um país visto pelas lentes de Pangloss, onde todos eram felizes e acessavam, empoderados, a Internet.

O grande mérito do filme é construir uma fábula que nos lembra que o povo, diante das vicissitudes, das adversidades, procura sobreviver, mesmo diante de um poder público ineficiente e mal intencionado. Resiste amparado na solidariedade e na criatividade. Quando, porém, a opressão e a miséria passam de certos limites sua força torna-se avassaladora.

(*) Presidente do CPC-UMES

Publicado no Jornal Hora do Povo

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Assista ao filme “A Romana”, de Luigi Zampa, na Mostra Permanente de Cinema Italiano!

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O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Chegando ao 5º ano e com mais de 150 filmes exibidos, neste ano vamos exibir 40 obras de 23 cineastas e, pelos olhos de cada um deles, a história da Itália e da humanidade nos é apresentada: a sátira social da “commedia all’italiana” de Luciano Salce, o realismo fantástico de Federico Fellini, o registro das condições de vida dos trabalhadores rurais por parte de Ermanno Olmi, as angústias da vida entediada da burguesia italiana – uma marca de Michelangelo Antonioni – e a impressionante luta de um povo contra o fascismo é assim exibido, sem rodeios, pelo neorrealismo de Roberto Rossellini e Luigi Zampa. 

Durante a 5ª edição, traremos também alguns dos lançamentos mais recentes da cinematografia italiana, que nos mostra que essa continua sendo uma das maiores do mundo. Todas as segundas às 19 horas com entrada franca!

 

 

17/02 – 19H: “A ROMANA”, DE LUIGI ZAMPA

 

SINOPSE

Durante a era fascista, Adriana Silenzi (Gina Lolobrigida) é induzida pela mãe, que é amargurada por uma vida de pobreza, a usar a beleza de sua filha como instrumento de ascensão social, induzindo-a a se tornar modelo e tentando convencê-la a se casar com um homem rico, mesmo que não tenha sentimentos por ele. 

Adriana, por sua vez, conhece Gisella, que lhe convida a entrar para a vida de prostituição, atendendo a homens ricos, como o líder fascista Astarita, que se apaixona por Adriana. Muito mais do que a história da vida de uma mulher pobre sob o regime fascista, essa é uma história sobre a crise moral de uma sociedade e o que um ser humano pode ser forçado a fazer para sobreviver a tal tirania.

O DIRETOR

Luigi Zampa nasceu em 1901 em Roma. Estudou Engenharia e, nesse período, ele escreveu algumas comédias, entre 1930 e 1932, além de, em 1933, dirigir seu primeiro o curta-metragem documental “Risveglio Di Una Cittá”. Logo após, estudou Roteiro e Direção no consagrado Centro Sperimentale di Cinematografia, entre os anos 1932 e 1937. Sua atuação como diretor de longa se deu com “L’Attore Scomparso” (1941), tendo dirigido filmes como seu primeiro sucesso, o premiado “Viver em Paz” (1947), indo clássicos como “Campane a Martello” (1949) e “Anni Ruggenti ” (1962). Em suas obras, o entretenimento está intrinsecamente ligado à notação de costumes decorrente da observação do comportamento italiano diante de mudanças na sociedade.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaItaliano2020

 

 

SERVIÇO

Filme: A Romana (1954), de Luigi Zampa

Duração: 108 minutos

Quando: 17/02 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

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Preço da gasolina disparou porque Bolsonaro insiste em dolarizá-lo

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Reprodução

 

O preço da gasolina disparou porque está atrelado ao dólar, por decisão do governo federal.

Como o Brasil tem petróleo e pode ter quantas refinarias quiser, não tem necessidade de estabelecer de modo inflexível essa paridade, particularmente num momento em que a cotação do dólar bate recorde toda a semana.

A decisão de atrelar foi de Dilma, em novembro de 2013. Temer a manteve e Bolsonaro idem.

Mas Bolsonaro pegou o governo com o dólar a R$ 3,72. Hoje ele subiu para R$ 4,33 – aumentou 16% em um ano.

Nesse quadro, dolarizar o preço da gasolina significa tirar dinheiro do bolso de milhões que abastecem seus tanquinhos e transferi-lo para os gigantescos cofres da Shell, BP, Exxon e demais membros do seleto cartel que domina a distribuição mundial do combustível.

Aliás, isso é o que Bolsonaro e Guedes prometem a eles diariamente.

O ICMS e os governadores não tem absolutamente nada a ver com a escalada do preço da gasolina. O ICMS é um percentual fixo, o que faz o preço da gasolina variar é a política entreguista de atrelá-lo à variação do dólar.

Bolsonaro inventou a fábula do ICMS por pura vigarice, para apresentar-se a seus robôs como o paladino da gasolina barata, enquanto vai esvaziando seus bolsos com gasolina cara.

  SÉRGIO RUBENS

Do Jornal Hora do Povo

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VITÓRIA – Parque do Bixiga é aprovado na Câmara

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Votação foi comemorada pela população do bairro – Foto: Câmara de São Paulo

 

Reivindicação histórica dos moradores do centro da cidade de São Paulo, a criação do Parque do Bixiga foi aprovada por unanimidade em segunda votação na Câmara dos Vereadores.

O Parque Bixiga deve incluir as ruas Jaceguai, Abolição, Japurá e Santo Amaro, no bairro do Bixiga. O projeto passa agora para a sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).

 

O autor do projeto, vereador Gilberto Natalini (PV) espera que o texto seja sancionado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). “O Bixiga é um bairro muito espremido, não tem verde. A praça Dom Orione sozinha não satisfaz o tamanho e a complexidade do bairro. É um dos bairros mais adensados que a gente tem”, afirmou ao Metro Jornal.

A proposta também conta com co-autoria dos vereadores Mario Covas Neto (PODEMOS), Toninho Vespoli (PSOL), Reis (PT), Eduardo Suplicy (PT), Antonio Donato (PT), Gilson Barreto (PSDB), Toninho Paiva (PL), Celso Giannazi (PSOL) e as vereadoras Sâmia Bomfim (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Soninha Francine (CIDADANIA).

O Parque do Bixiga está situado em um dos últimos pedaços de chão de terra livre do centro de São Paulo. O terreno pertence ao Grupo Silvio Santos, que pretendia construir um conjunto de torres comerciais no local.

A área que agora deverá ser destinada ao parque é um remanescente de mata preservada, do qual faz parte um rio, que está canalizado há quatro metros de profundidade e fica no entorno do teatro Oficina que foi criado em 1958 e foi ameaçado pela construção das torres. Na década de 1980 os artistas receberam ordem para deixar o local ou comprar a área, porque o Grupo Silvio Santos, proprietário de parte do terreno, queria a área para construir um shopping.

Como reação, foi organizado um grande show em defesa do Teatro Oficina, que levou ao tombamento do espaço pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) de São Paulo e a desapropriação da área. Em 2010, foi a vez de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombar o teatro.

“O Teatro Oficina tem uma linguagem de que teatro e vida são impermeáveis. Ele é um teatro que tem uma função social, ele tem o interesse público em fazer mais”, disse a poeta, artista visual e atriz Cafira Zoé, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

“Esses tombamentos todos, sobretudo do Condephaat, criaram envoltórios que não são só do bem tombado Teatro Oficina, mas de outros bens tombados: a Casa de Dona Yayá, o Teatro Brasileiro de Comédia, o Castelinho da Brigadeiro e a Escola de Primeiras Letras. Isso faz ter uma coincidência aqui dentro desse terreno, tem uma sobreposição de áreas envoltórias de bens tombados. Então, durante muito tempo foram os órgãos de tombamento que seguraram a construção do empreendimento do grupo Silvio Santos”, explicou a arquiteta Marília Gallmeister.

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Marchinha ‘O Carro da Granja’ – 26º Bloco Umes Caras Pintadas

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Neste sábado, dia 15 de fevereiro, o Bloco Umes Caras Pintadas sai às ruas em sua 26ª edição, levando alegria e agitando os foliões do Bixiga.

 

Como não poderia faltar, a critica aos retrocessos do governo Bolsonaro na Educação e Cultura darão o tom da marchinha carnavalesca do bloco. Tudo de forma leve e descontraída, do jeito que o povo gosta.

 

Veja a nossa marchinha “O carro da granja”, de Kaká Silva, que comanda a Companhia Paulista de Samba na nossa festa.

 

O carro da granja

(KAKÁ SILVA)

Chegou o carro da granja
Da granja do seu Jair
Com ovos que a gente abre
E não sabe o que vai sair

Já saiu Alvim, já saiu Regina
Já saiu Queiroz e pó em avião
Ministro que não quer escola
Ministra que é contra o tesão

Mesmo assim a gente brinca
Caras Pintadas é alto astral
É contra o Biro Liro lá (lá lá lá lá)
Que a gente faz o nosso carnaval

Esse ovo é caro demais
30 ovos dez reais, nunca mais!

 

 

 

Confirme sua presença no evento e junte-se a nós no Carnaval

 

Dia 15 de fevereiro

Concentração às 15 horas

Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – Em frente a Sede da UMES

Classicos do Cinema Russo Circuito SPCIN 100x140 2020-1

Clássicos do Cinema Russo no Circuito Spcine

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A partir do dia 19 de fevereiro, o Circuito Spcine receberá uma nova programação de clássicos do cinema russo. Em 2020, serão exibidos 10 filmes em dois tradicionais cinemas paulistas.

Após o sucesso na exibição das produções do Estúdio Mosfilm na Sala Paulo Emílio, no Centro Cultural São Paulo em 2019, neste ano teremos sessões no Cine Olido, localizado no centro da cidade de São Paulo.

No fim do ano passado, o Olido já recebeu parte da programação da 6ª Mostra Mosfilm, contando com grande público e recebendo grandes elogios pelos espectadores.

O Mosfilm, o maior e mais antigo estúdio cinematográfico da Europa, é representado nesta iniciativa pelo CPC-UMES Filmes, distribuidora do Centro Popular de Cultura da União Municipal de Estudantes Secundaristas de São Paulo.

O Circuito é uma iniciativa da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo – Spcine que permite o acesso da população a cinemas com equipamentos de primeira geração, com qualidade de som e imagem, a preços populares.

Nos cinemas do Circuito Spcine, os ingressos
custam R$ 4,00 a inteira, R$ 2,00 a meia-entrada

Veja a programação:

1

Sala Paulo Emílio 

A HISTÓRIA DE UM HOMEM DE VERDADE

Aleksandr Stolper (1948), URSS, 92 min.

Piloto caído atrás das linhas inimigas não se rende. Gravemente ferido, regressa às fileiras e, após um ano de trabalho para se adaptar às próteses nas duas pernas, volta a voar, completando 86 missões de combate. Os feitos de Alexey Maresyev foram também imortalizados no romance de Boris Polevoi e na ópera de Serguey Prokofiev, em 1946 e 1948.

 

2

Cine Olido

BRAÇO DE DIAMANTE

Dirigido por Leonid Gayday (1968), URSS, 100 min.

O cidadão soviético Semyon Gorbunkov sai a passeio num cruzeiro marítimo. Em seu retorno, acaba levando à URSS joias escondidas por engano no gesso colocado em torno de seu braço esquerdo depois de uma queda em Istambul. Enquanto os contrabandistas realizam várias tentativas para recuperar as pedras preciosas, um capitão da polícia russa usa Gorbunkov como isca para pegar os criminosos. Mas a esposa do nosso herói começa a desconfiar que ele foi recrutado pela inteligência estrangeira ou está tendo um caso. Está armado o quiproquó.

 

 

3

Sala Paulo Emílio

  O QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO

Dirigido por Grigori Chukhray (1956), URSS, 87 min.

Filme de estréia de Grigori Chukhray, baseado na obra de mesmo nome de Boris Lavrenyov, “O Quadragésimo Primeiro” conta a história do romance ocorrido durante a Guerra Civil entre a jovem Mariutka, exímia atiradora do Exército Vermelho – com cartel de 40 inimigos abatidos – e um prisioneiro sob sua escolta, o tenente Nikolaievich do Exército Branco czarista. Uma sucessão de acontecimentos transporta os dois personagens do deserto de Karakum para uma ilha do mar de Aral, onde permanecem isolados numa cabana de pesca e temporariamente desligados do mundo, mas não de seus condicionamentos políticos e ideológicos.

 

4

Cine Olido

BOLA DE SEBO

Dirigido por Mikhail Romm (1934), URSS, 90 min.

Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva.

Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.

 

5

Sala Paulo Emílio

O CAMINHO PARA BERLIM

Dirigido por Serguey Popov (2015), Rússia, 82 min.

Condenado por covardia à pena de fuzilamento, tenente russo cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando, local da execução. Para chegarem ao destino, eles terão que enfrentar juntos o cerco alemão.

Baseado no romance “Dois na Estepe” de Emmanuil Kazakevich e nos diários de guerra de Konstantin Simonov, o fi lme foi lançado em 2015 por ocasião das comemorações do 70º aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo. Os acontecimentos que ele evoca ocorreram no verão de 1942, na Frente Sul. O fi lme foi premiado com a menção ecumênica do júri do Festival Internacional de Montreal (2015).

 

6

Cine Olido

 UM ACIDENTE DE CAÇA

Dirigido por Emil Loteanu (1978), URSS, 105 min.

Adaptado da novela de Anton Chekhov, publicada como folhetim em 1884-85 e considerada precursora do romance policial psicológico, o filme penetra no vazio moral da aristocracia decadente ao narrar o drama da jovem Olga, filha de um servo, cobiçada por três homens de meia-idade.

 

7

Sala Paulo Emílio

A VIDA É MARAVILHOSA

Dirigido por Grigori Chukhray (1979), URSS, 116 min.

O piloto Antonio Murillo foi expulso do Exército por se recusar a abrir fogo contra uma embarcação que transportava mulheres e crianças em fuga. Seu principal objetivo agora é viver sem complicações, dirigindo seu táxi, mas ao envolver-se com Mary, garçonete de um café local, terá que fazer uma escolha. A história se passa num país sem nome, situado na Europa, governado por uma Junta Militar. O filme é uma coprodução soviético-italiana, do Mosfilm com a Quattro Favalli Cinematografica.

 

8

Cine Olido

O HOMEM DO BOULEVARD DES CAPUCINES

Dirigido por Alla Surikova (1987), URSS, 98 min.

Na alvorada do século 20, Mr. Johnny First chega ao Oeste Selvagem com um projetor e alguns rolos de filme. O título dessa deliciosa sátira ao western way of life é uma alusão ao Salão Indiano do Grand Café do Boulevard des Capucines, onde os Irmãos Lumière encantaram as plateias com sua maravilhosa invenção. O filme foi visto por mais de 60 milhões de espectadores na URSS.

9

Sala Paulo Emílio

STALKER

Dirigido por Andrei Tarkovsky (1979), URSS, 162 min.

Num futuro indefinido, um guia (stalker) conduz dois homens conhecidos como Escritor e Professor a uma área proibida, lacrada pelo governo, a “Zona”. Dentro dela há uma usina desativada onde existe um aposento que possui a propriedade de realizar os desejos de quem entrar nele. Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes (1980).

 

10

Cine Olido

A QUESTÃO RUSSA

Dirigido por Mikhail Romm (1947), URSS, 91 min.

O jornalista Harry Smith é enviado a Moscou por McPherson e Gould, donos de uma cadeia de grandes jornais americanos interessada em fomentar a guerra fria com um material “novo” contra a URSS. Na volta, ele escreve um livro que deixa seus patrões furiosos e torna-se alvo de violenta retaliação. Privado de tudo, casa, salário e condições de trabalho, Smith acaba então se tornando porta-voz dos cidadãos progressistas dos Estados Unidos. Adaptação da peça teatral do escritor soviético Konstantin Simonov.

Endereços: 

Sala Paulo Emílio
SPCINE CENTRO CULTURAL SÃO PAULO (CCSP)
Rua Vergueiro, 1000
Telefone: 99859-3037
ccsp@circuitospcine.com.br

 

Spcine Olido
GALERIA OLIDO
AV. SÃO JOÃO, 473
Telefone: 95640-8564
olido@circuitospcine.com.br

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Os livros de Rondônia e o protofascismo bolsonarista

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Livros foram censurados pelo governo de Rondônia – Foto: Reprodução/TV Globo

Ao censurar clássicos da literatura, governo rondoniense aliado de Bolsonaro reaviva episódios históricos de terrorismo cultural.

O caso em que o secretário de Educação do estado de Rondônia, Suamy Vivecananda, mandou censurar 43 livros — entre eles autores clássicos brasileiros como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Nelson Rodrigues e Rubem Fonseca — não se encerra em si mesmo.

Ele se insere na praxe bolsonarista de agredir aquilo que não tolera, em geral manifestações de democracia, arte e cultura. Sintomaticamente, o governador rondoniense, coronel Marcos Rocha, é filiado ao PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, com tendência de acompanhá-lo em seu novo partido, o Aliança.

O bolosonarismo é um polo irradiador de intolerância e obscurantismo. O presidente da República tem dado sucessivas demonstrações disso. Há poucos dias ele encenou mais um ato de bestialidade ao dar “banana” para jornalistas que o aguardavam para uma entrevista. Em outras ocasiões, vociferou, com decibéis elevados, contra merecidas críticas da imprensa ao seu comportamento.

O caso de Rondônia não é isolado. Ele se liga, entre outros fatos, à fala recente do então secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim, que encenou Joseph Goebbels, o famoso marqueteiro de Adolf Hitler, ao anunciar sua ideia sobre a “nova cultura nacional”. E se iguala a fatos de quando a ideologia nazista governou a Alemanha, queimando livros como uma das práticas do seu rol de barbaridades e selvagerias. Ou às bestialidades do regime militar brasileiro.

Lembra ainda o processo movido na França contra Flaubert, acusado de ultrajar a moral pública e a religião com seu Madame Bovary. E o famoso caso de David Herbert Lawrence, que por motivos alegadamente religiosos teve seu livro O Amante de Lady Chatterley proibido e a obra Mulheres Apaixonadas recusada pelos conservadores editores ingleses do começo do século XX.

O caso de Rondônia não foi um acontecimento fortuito, isolado, sem maiores consequências. É mais um degrau da estruturação do autoritarismo bolsonarista. Faz parte do projeto de poder que Bolsonaro anuncia como um governo de violência e barbárie. Com ações assim, esse projeto vai testando o limite da resistência democrática e difundindo suas ideias, a exemplo do que fizeram projetos semelhantes no passado.

A cultura é, naturalmente, uma barreira para essa ideologia agressiva, de ojeriza à democracia. É a antítese do protofascismo, da baixa erudição, numa definição. Uma sociedade em condições de fruir arte, absorver informação, ter acesso ao patrimônio cultural da humanidade dificilmente se submete ao autoritarismo e ao obscurantismo.

Esse desprezo pela cultura não é imotivado; em todos os tempos, o progresso social esteve contra a opressão. E a recíproca é verdadeira: nenhum opressor admite o pensamento avançado. O nome disso é terrorismo cultural. Querem afastar do debate os que se irmanam pela causa da liberdade.

Nessa cruzada, o bolsonarismo imagina-se uma divindade, com a pretensão de tirar do ambiente social aquilo que faz a alegria e a cultura de um povo: as liberdades de palavra, de reunião, de organização, de opinião, de discordar ou concordar sem prêmio ou castigo. São essas liberdades que fazem o povo viver numa sociedade alegre e evoluída. E quem diz alegria pressupõe solidariedade, ou, pelo menos, ausência de maldade. Sem bolsonarismo, em resumo.

Do Portal Vermelho

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MPF vai investigar ordem de “queima de livros” dada por bolsonaristas de Rondônia

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Diário Causa Operária 10 de maio de 1933: nazistas começam a queimar livros por toda a Alemanha – Foto: Reprodução
 

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar a atuação da Secretaria Estadual de Educação de Rondônia em relação ao memorando da pasta que ordenava a retirada de 43 obras literárias das escolas estaduais.

Livros de Machado de Assis, Euclides da Cunha e outros foram taxados de subversivos e já iam ser prescritos quando soou o alarme contra esse absurdo.

O procedimento é do procurador Raphael Luis Pereira Belivaqua e foi assinado na tarde da sexta-feira (7) em Porto Velho.

A atuação do governo bolsonarista de Rondônia está em perfeita sintonia com os episódios que vêm ocorrendo em órgãos do governo federal, como a Secretaria da Cultura e no Ministério da Educação.

Este último é “comandado” por Abraham Weintraub que, além das trapalhadas no Enem e no Sisu, também é um defensor das aberrações obscurantistas e reacionárias paridas na Virgínia e “transmigradas” diretamente do guru Olavo de Carvalho para os seus teleguiados do governo, inclusive o próprio chefe do Executivo.

O maluco que imitou Goebbels, todos sabem, não estava sozinho. Na véspera do vídeo bombástico imitando o chefe da propaganda nazista, ele recebeu altos elogios diretamente de Bolsonaro.

Não é de se estanhar, portanto, que os bolsonaristas de Rondônia, imitando os seus ídolos do Planalto, resolvessem reviver as sinistras noites de queimas de livros que ocorriam em Berlim sob os aplausos de Goebbels e mandar “fazer fogueiras” com os “profanos” clássicos da literatura brasileira.

Principalmente também, após Eduardo Bolsonaro, filho do “mito” – o fritador de hambúrgueres – dizer que para ser de direita, não precisa se preocupar com a leitura de livros.

A Censura aos clássicos foi determinada pelo governo de Marcos Rocha (abaixo), integrante das falanges comandadas por Jair Bolsonaro.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protestaram contra a censura. A ABL classificou o pedido para recolher livros como um ‘gesto deplorável’. Segue a nota da entidade:

“A Academia Brasileira de Letras vem manifestar publicamente seu repúdio à censura que atinge, uma vez mais, a literatura e as artes. Trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão”, diz a nota da entidade.

“A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura. É um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos. Esse descenso cultural traduz não apenas um anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas”, prossegue o documento dos imortais.

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o documento do governo de Rondônia viola os mais caros princípios e garantias fundamentais da Constituição Federal. Já a União Nacional dos Estudantes (Une) afirmou nesta sexta-feira que a lista da Seduc “foi uma tentativa de censura à cultura”.

Na tarde de quinta-feira (6), um memorando assinado pelo secretário de Educação, Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, vazou na nas redes sociais. No documento, Suamy afirmava ser necessário tal recolhimento porque estes apresentavam “conteúdos inadequados às crianças e adolescentes”.

Segundo o procurador Raphael Belivaqua, a educação do estado precisa explicar a fundamentação legal para mandar recolher os livros das escolas, além da motivação para expedição do memorando. “Também queremos saber por que foi agravado esse documento de público para sigiloso, após o vazamento do recolhimento nas redes sociais. Em tese esse procedimento é público, não tendo porque haver agravo de sigilo. Nesse caso pode ter ocorrido um caso de improbidade administrativa”, diz.

Conforme procedimento instaurado pelo MPF, a Secretaria da Educação terá prazo de 10 dias úteis para apresentar relatórios e publicações comprobatórias em relação aos questionamentos feitos pela procuradoria. “Caso se confirme, a gente pode fazer uma recomendação, uma Ação Civil Pública ou até uma ação por improbidade contra o estado”, afirma o procurador. “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Macunaíma”, de Mário de Andrade, e “Os sertões”, de Euclides da Cunha, estavam na lista de recolhimento, conforme aponta o memorando abaixo.

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Publicado no Jornal Hora do Povo

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Academia Brasileira de Letras diz que Censura em Rondônia é gesto deplorável

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) publicou nota em repúdio à tentativa do governo de Rondônia de censurar 43 livros de autores como Machado de Assis e Euclides da Cunha e ordenar o recolhimento dos exemplares das escolas e bibliotecas.

Para a ABL, “trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão”.

O governo de Rondônia enviou memorando para as coordenarias regionais de Educação ordenando o recolhimento de 42 títulos de livros como os clássicos da literatura brasileira “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Macunaíma”, de Mário de Andrade. Segundo o memorando os livros “são inadequados para crianças e adolescentes”.

A entidade máxima dos escritores brasileiros destaca ainda que “é um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos”.

“A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura”.

 

Leia a nota:

“A Academia Brasileira de Letras vem manifestar publicamente seu repúdio à censura que atinge, uma vez mais, a literatura e as artes. Trata-se de gesto deplorável, que desrespeita a Constituição de 1988, ignora a autonomia da obra de arte e a liberdade de expressão. A ABL não admite o ódio à cultura, o preconceito, o autoritarismo e a autossuficiência que embasam a censura.

É um despautério imaginar, em pleno século XXI, a retomada de um índice de livros proibidos. Esse descenso cultural traduz não apenas um anacronismo primário, mas um sintoma de não pequena gravidade, diante da qual não faltará a ação consciente da cidadania e das autoridades constituídas”.

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A Frente Democrática e os erros de José de Abreu

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José de Abreu – Foto: Reprodução TV Globo

 

O ator José de Abreu se equivoca quando acha que os democratas devem dispensar aos fascistas o mesmo tratamento que esses se propõem a empregar contra os democratas.

“Fascista não é gente”, diz ele para que o espectador conclua: “já que não é, qualquer coisa vale”.

Mais grave ainda é o erro do PT, quando açula cidadãos politicamente inexperientes e emocionalmente instáveis a cumprirem esse papel.

A justificativa da moda é a de que nesse mundo das “fake news” a verdade e a racionalidade são insuficientes para combater o fascismo.

Sofisticando um pouco, há quem diga que é necessário atingir as camadas mais profundas da mente humana – isto é, as que não nos distinguem dos animais.

Se para atingir as emoções é preciso que nos desumanizemos, para combater o fascismo com eficácia devemos renunciar à civilização e retroceder à barbárie. Essa é a mensagem do patrocinador.

Acontece que independente das vãs filosofias os fascistas são seres humanos e não há o que se possa fazer em contrário.

Portanto é moralmente insustentável e politicamente ineficaz pretender excluí-los de sua condição humana. Aliás, as baixarias de Abreu contra Regina Duarte deixaram isso claro pela milionésima vez.

O que menos a luta democrática necessita no momento é deixar-se seduzir pelos métodos bolsonaristas. Que o PT não perceba, é natural e revelador de seu esgotamento como alternativa política para o povo brasileiro.

SÉRGIO RUBENS

Publicado no Jornal Hora do Povo