MARCHA CONSCIÊNCIA

16ª Marcha da Consciência Negra, nesta quarta-feira no Vão do MASP

MARCHA CONSCIÊNCIA

Cartaz de convocação da 16ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo

 

Neste dia 20 de novembro acontece a 16ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista. O ato vem o tema do manifesto “Vida, Liberdade e Futuro! Contra o genocídio e criminalização do povo negro! Não ao racismo, em defesa da democracia, dos direitos e do Brasil”.

 

A marcha é organizada por diversas entidades do movimento negro, dentre elas a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), o Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto da Mulher Negra Geledés, Coletivo de Entidades Negras (Conen) e conta com apoio de entidades do movimento estudantil e da sociedade civil.

 

“Nós podemos! Nós merecemos! Não e de graça é direito, tem que reparar sim. A Necropolítica em exercício tem que ser estancada; O Racismo , o Genocídio de negros e negras, expropriação cultural, vulnerabilidade, amordaça do direito de expressão, modelitos do obscurantismo da ideologia capitalista, fascista e racista… Tudo isso é pauta. 16° Marcha da Consciência Negra”, disse Flavia Costa, representante da Unegro.

 

Em manifesto, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro, destaca que o país vive um momento de ataque aos direitos democráticos. “Se não prosseguirmos na luta nada será alcançado, principalmente sob o governo Bolsonaro. Um governo antidemocrático, racista, inimigo da educação pública, da saúde pública, das aposentadorias dos pobres, dos direitos trabalhistas, do patrimônio público. Enfim, inimigo da democracia e do Brasil”, destaca o CNAB. 

 

O manifesto da entidade para a 16ª Marcha celebra a conquista histórica divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em que pela primeira vez o número de estudantes autodeclarados negros e pardos nas universidades públicas é maior que o de brancos, divulgada no dia 13. “Porém o desafio é muito maior para a garantia dos negros na educação básica, além da disparidade de salários e acesso ao emprego, com ensino superior”.

 

“Muito ainda há que ser conquistado pelos negros no Brasil. Em 2018, apenas 35,4% dos negros com ensino médio completo chegavam ao ensino superior (público ou privado). Entre os brancos, esse número era de 53,2%”.

 

A entidade faz um alerta sobre o alto índice de homicídio da população negra. “A taxa de homicídios de negros no país foi de 43,1 para cada grupo de 100 mil indivíduos negros no país em 2017, crescimento de 7,2% ante 2016, números de homicídios de negros no país, segundo o estudo Atlas da Violência 2019, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)”.

 

16 ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo

Vida, Liberdade e Futuro!

Contra o genocídio e criminalização do povo negro!

 

20 de novembro

Concentração 12h no MASP

 

Link do evento:

https://facebook.com/events/1464119523741021

Revolução em Dagenham 2011 de Nigel Cole

Cinema Com Partido encerra a programação de 2019 com “Revolução Em Dagenham”, de Nigel Cole

Revolução em Dagenham 2011 de Nigel Cole

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

 

23/11 – 10H: “REVOLUÇÃO EM DAGENHAM” (2011), DE NIGEL COLE

 

 

SINOPSE

Operárias de uma fábrica da Ford no subúrbio londrino de Dagenham vivenciam rotina de trabalho desgastante, atrelada a condições precárias e longas jornadas. O basta vem em 1968, ao serem classificadas como “não qualificadas”.

 

Após o filme, nosso debate contará com a presença de Maria Pimentel, que é secretaria de Relações Internacionais da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

Iniciou sua militância na luta contra a ditadura após o golpe de 1964, que depôs o governo de João Goulart. Foi presa em 1969 por sua participação na resistência, depois de exilada na Argélia, viveu na Suíça até o seu retorno em 1975.

Em 1979, foi eleita diretora do Sindicato dos Gráficos de São Paulo. No ano seguinte, eleita diretora da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas do Estado de São Paulo (1ª mulher a ocupar cargo numa federação de trabalhadores).

Em 1981, participou da comissão organizadora da 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT.

Em 1986, integrou a Comissão Organizadora da 1ª Conferência Nacional da Mulher Trabalhadora e da fundação da CGT.

Em 1992, entrou nas relações internacionais da CGTB e passa a integrar a delegação brasileira nas Conferências da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

 

SERVIÇO

Filme: Revolução em Dagenham (2011), de Nigel Cole

Duração: 113 minutos

Quando: 23/11 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

 

QUEIMA-DE-LIVROS

Ataque do governo à Cultura prevê extinção das fontes de financiamento federal

QUEIMA-DE-LIVROSUm bolsonarista do ano de 1243 dedica-se ao seu esporte favorito: queimar livros

 

Recursos do Fundo Nacional de Cultura e Fundo Nacional do Audiovisual irão para o pagamento de juros

 

Publicamos abaixo, o artigo “Esqueceram de nós” de Valério Bemfica, presidente do Centro Popular de Cultura da UMES – CPC-UMES, sobre os ataques do governo Bolsonaro à cultura brasileira.

  

“Esqueceram de nós”

VALÉRIO BEMFICA (*)

O título desta matéria lembra, obviamente, o nome da franquia de filmes de Natal estadunidense. Mas não, leitor, não se trata de crítica cinematográfica ou de anúncio de mais um blockbuster. Pretendemos fazer uma pequena reflexão sobre a Cultura no Governo do capitão-messias.

Se a redemocratização de 1985 tinha, com muita justiça, dado à Cultura o status ministerial – temporariamente cassado por Fernando, o Fugaz – começamos 2019 reduzidos à condição de Secretaria Especial, subordinada ao Ministério da Cidadania. Alguns respiraram aliviados por, pelo menos, ter como titular alguém da área: Henrique Pires. O alívio dos otimistas durou pouco, pois as vozes do obscurantismo, bradando por censura, caça às bruxas, cancelamentos de editais, etc., se impuseram. O iludido ex-secretário não aceitou e foi de pronto substituído por alguém mais alinhado ao pensamento dominante no governo: Ricardo Braga, ex-diretor de Investimentos do Andbank Brasil e ex-superintendente de operações do Banco Votorantim. Paulo Guedes mostrando quem manda.

Durou pouco também. Não deve ter achado na área nada que pudesse ser transformado em títulos ou negociado em Bolsa. Foi para a Educação, onde seu amigo Abraham promete ótimos negócios. Mas o ministro-cidadão não aguentava mais a tal Secretaria Especial. Em dez meses só rendeu encrenca. Até conseguiu fazer uma festinha em seu reduto eleitoral, fazendo de conta que, em 15 dias de governo, conseguiu a proeza de resolver a situação dos monumentos das Missões, Patrimônio Cultural da Humanidade. Ninguém acreditou e, pior, tudo depois foi polêmica. Nada que prestasse, nenhuma notícia boa, nenhuma medida elogiada. Solução? Livrar-se da bomba! A Secretaria Especial de Cultura foi despejada no colo do cítrico ministro do Turismo. Ideia genial! Cultura = show de mulatas para gringo ver na Angra dos Reis transformada em nova Cancún! E, como novo titular, o neofundamentalista que conseguiu unificar a classe artística (contra ele!) ao xingar boçal e gratuitamente Fernanda Montenegro. Não iremos nos deter sobre o cidadão agora. A tarefa exigiria conversas com nossos superiores, versados em psiquiatria. Alguém que passa trinta anos dizendo fazer teatro sério, jurando ser de esquerda e, de repente, vira um Arauto do Evangelho, soldado do capitão-messias, Brancaleone convocando exércitos de artistas de direita – e isso sem ter visto Jesus na goiabeira – é caso patológico e como tal merece ser analisado.

Vamos nos deter em um fato que passou despercebido pela grande imprensa, embora lembrado aqui no HP e que justifica nosso título. No dia em que a transferência para o pomar do turismo foi anunciada, fomos ler o decreto exarado pelo capitão-messias. Estranhamente, a Funarte (criada em 1975, no governo Geisel), o IPHAN (1937, governo Vargas), Biblioteca Nacional (1810, Brasil Colônia), Fundação Casa de Rui Barbosa (inaugurada como museu em 1930 e transformada em fundação em 1966, no governo Castelo Branco), Fundação Cultural Palmares (1988, governo Sarney), Instituto Brasileiro de Museus (desmembrado do IPHAN em 2009, mas que administra museus centenários) e a Ancine (caçula do sistema MinC, mas que deita raízes em órgãos criados na primeira metade do século passado) tinham sido “esquecidos” no Ministério da Cidadania! Apesar de o decreto do dia 7 de novembro ter lançado todas as políticas da área à sombra do laranjal do Turismo, seus órgãos executivos foram deixados na pasmaceira da Cidadania. Só no dia seguinte algum burocrata do ministério Corona – ops, Lorenzetti, ops, LorenZona – lembrou de também os transferir. Talvez por reclamação do ministro Cidadão, que se disse aliviado em livrar-se do fardo e que não queria nem um restinho de cultura poluindo sua seara. O olvido terá sido um ato falho, um lapso? Talvez, mas como todo o ato falho, repleto de significados.

São décadas, séculos de memória, de acúmulo de conhecimento, de pesquisas, de documentos, de história, acumulados em sete instituições mundialmente respeitadas. Apesar de eventuais equívocos cometidos ao longo deste tempo e dos pífios orçamentos, formaram gerações de técnicos extremamente qualificados, servidores dedicadíssimos, preservaram partes fundamentais da alma brasileira, foram decisivos na construção de nossa identidade como país. Enfim, proporcionaram o acesso à Cultura e à arte a dezenas de milhões de brasileiros. Mas deram o azar de, ao contrário do Museu Nacional, não pegarem fogo antes da assunção do capitão-messias ao posto de Presidente.

Em um governo que se orgulha da ignorância, dissemina o obscurantismo e inveja os valores medievais, elas são, mais do que inúteis, nocivas. De que serve uma fundação que não lança editais exclusivamente para a arte evangélica, com ênfase na teologia da prosperidade? Ou um instituto que não eleve o Templo de Edir Salomão à condição de patrimônio brega, quer dizer, cultural da humanidade? Ou uma biblioteca que não tenha alas inteiras dedicadas ao astrólogo de Richmond? De que serve uma fundação que estuda o pensamento brasileiro e que não apoiou a principal atividade intelectual que esta turma promoveu, a saber, a Convenção Brasileira de Terraplanismo? Que dizer então de uma fundação que não controla a quantidade de arrobas que cada quilombola pesa? Ou um monte de museus que ignorem os elaboradíssimos memes criados pela intelectualidade whatsapiana amiga do Carluxo? E uma agência que ainda não teve a brilhante ideia de financiar um reality show chamado “Empreguinho Bom”, comandado pelo Queiroz, a ser exibido na TV do Bispo? Dinheiro posto fora!

A memória é traço distintivo dos mamíferos superiores. A maioria das espécies apenas age conforme seus instintos. No ser humano a memória vai além da simples capacidade de repetir algo que deu certo ou de evitar aquilo que deu errado. A mente humana tem a capacidade de aprender com situações diferentes, de não apenas repetir experiências anteriores, mas de aprimorá-las, transformá-las e, principalmente, de transmiti-las às gerações futuras. Ou seja, o ser humano tem, como principal diferencial em relação aos outros animais, o fato de ser portador de Cultura. Quando se coloca diante de nós um governo que odeia a Cultura, que quer ver suas instituições destruídas, sua história queimada, seus profissionais calados, só podemos concluir que seu núcleo é composto por seres que mal atingem a condição de primatas. A maior parte – incluindo aí o capitão-messias e seu entorno mais próximo – age apenas obedecendo seus (baixos) instintos, disparando contra inimigos imaginários, sejam eles hienas, adversários da quadrilha ou artistas, universitários, cientistas, estudantes. A meta é destruir a tudo e a todos, para que só sobrevivam aqueles ainda mais ignorantes que eles mesmos. Daí a eleição da Cultura, da Educação e da Ciência como inimigos prioritários.

Mas, é claro, um governo não se faz só com tal classe de alucinados. Não duraria mais de uma semana e descambaria para o canibalismo. Aproveitando-se da hybris instalada no palácio, vigaristas, golpistas, carreiristas e oportunistas de todos os quilates apresentam-se na corte, pousando de leais servidores, de luminares das platitudes, querendo garantir sua parte no butim. Assim é o arremedo de Friedman que se alojou no Ministério da Economia. Sim, leitor, estávamos falando do desmonte da Cultura. Mas, essencialmente, não há diferença entre o projeto de esquecer, esmagar, matar de inanição nossas instituições culturais e a Black Friday promovida pelo bandido nos ativos da Petrobras. Ou o projeto de transformar nossas Universidades Públicas em um lucrativo empreendimento privado. Ou a tentativa de fazer os aposentados brasileiros transformarem-se em escravos de arapucas privadas de capitalização. Ou, ainda, da destruição de todo o aparato de proteção social e de garantias trabalhistas alegando o aumento da liberdade econômica. Prova cabal é que, na última medida “modernizadora” enviada pelo escroque ao Congresso Nacional está incluída a extinção das duas fontes principais de financiamento federal à Cultura Brasileira: o Fundo Nacional de Cultura e o Fundo Setorial do Audiovisual. Escondidas, desvalorizadas, comandadas por ineptos, sem orçamento. Qual será o destino das instituições?

Felizmente, leitor, a história nos ensina que estes pesadelos não costumam durar muito. Não se apaga a Cultura de um povo – menos ainda uma Cultura rica e pujante como a brasileira – por decreto. A loucura e a estultice como forma de governo têm vida curta. Apedeutas só conseguem se fingir de sábios por pouco tempo. As forças vivas da Nação, os setores comprometidos da sociedade reagem e recolocam os tipos em seus devidos lugares: uns no ostracismo, outros na cadeia, o resto no manicômio.

(*) Presidente do CPC-UMES

ANGELO-AGOSTINI

Ministro da Educação diz que Proclamação da República foi “infâmia” contra monarca “iluminado”

ANGELO-AGOSTINI

José do Patrocínio: “Está finalmente decretada a nova divisa do Império – escravidão ou morte” (charge de Angelo Agostini).

Depois da declaração Weintraub espera ser convidado para a festa do “príncipe” Luís Philipe

No dia em que o Brasil comemora a Proclamação da República, o ministro da Educação (cáspite!) de Bolsonaro expeliu, através do Twitter (claro), a sua opinião sobre o ato histórico do marechal Deodoro da Fonseca.

Segundo ele, a Proclamação foi uma “infâmia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História (Não estou restringindo a afirmação ao Brasil)”.

O que diabos estamos comemorando hoje?”, escreveu Weintraub sobre a ação de Deodoro, Floriano, Benjamin Constant, Rui Barbosa, Silva Jardim, José do Patrocínio, Quintino Bocaiúva e outros heróis e grandes homens brasileiros.

Na íntegra, disse Weintraub:

Não estou defendendo que voltemos à Monarquia mas… O que diabos estamos comemorando hoje? Há 130 anos foi cometida uma infâmia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da História (Não estou restringindo a afirmação ao Brasil).”

Ainda bem que Weintraub não está defendendo a volta da monarquia.

Quando a República foi proclamada, o país estava, desde 1864 – e mesmo antes, com a crise de 1857 -, em uma estagnação melancólica, pois a monarquia era, exatamente, a superestrutura do regime de escravidão, que entravava o desenvolvimento do país.

Dados escandalosos – como os 85% de analfabetos na população adulta, quando a República foi proclamada – eram uma consequência desse charco em que a monarquia conservava o país.

Nas palavras de José do Patrocínio, em 1885:

É um fato histórico que a Monarquia só se fundou no Brasil por ser a da escravidão.

Tanto isso é verdade que a Abolição da Escravatura levou a monarquia para o esgoto no ano seguinte.

Aliás, em relação à monarquia, Patrocínio foi mais específico:

“… sentimos que a Monarquia já não tinha mais forças para resistir à nostalgia do pântano. Queria voltar para a lama das paixões de que provinha.

É sabido que todos os Braganças foram sempre amigos da escravidão, ao ponto de fazerem dela meio de ganhar dinheiro.

Desde d. Pedro II, de Portugal, o moedeiro falso, até Pedro I, do Brasil, a casa do bastardo João IV se desenha na História com a fisionomia de uma família de traficantes. A única exceção é d. José I, porém este, todos sabem, não passou de um jumento manso, em que o marquês de Pombal subiu a montanha da imortalidade, comodamente, como a gente sobe a serra de Sintra em jericos de aluguel.

Não é, então, uma surpresa que Weintraub prefira a monarquia à República.

Mas Weintraub acrescentou:

Qual a melhor forma de ‘comemorar’ o primeiro golpe de estado no Brasil? TRABALHANDO! O amigo Onyx Lorenzoni convocou reunião para discutir projetos sociais. Teremos mais novidades em breve.”

Pelo jeito, ele considera que Tiradentes somente não foi um golpista porque D. Maria, a Louca, o impediu, através da forca e do esquartejamento.

Quanto aos “projetos sociais”, aguarda-se o envio ao Congresso de um projeto revogando a Lei Áurea. Que outro projeto social pode ter esse governo? Assim, a monarquia teria outra vez a sua base… Resta saber se Bolsonaro pretende passar uma rasteira nos Braganças e pegar a coroa.

Weintraub também escreveu:

Para as feministas refletirem: o Império teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e HONESTAS! Elas nos governaram bem antes de Dilma. A Lei Áurea e Nossa Independência foram assinadas respectivamente pela Princesa Isabel e por Dona Leopoldina.”

As “feministas” – isto é, as mulheres, pois Weintraub, usando esse termo como se fosse xingamento, apenas revela sua aversão às mulheres – não precisam refletir sobre isso.

Somente um sujeito muito deformado, como Weintraub, pode se espantar porque, até mesmo no Império, houve mulheres que fizeram algo além de descascar batatinhas na cozinha – e nenhuma mulher é responsável, se Weintraub somente consegue enxergar para elas esse papel.

Mas esse é um problema dele – e não das mulheres.

Carlos Lopes

Publicado no Jornal Hora do Povo

três irmãos

Francesco Rosi expõe uma Itália dividida em “Três Irmãos” na Mostra Permanente de Cinema Italiano

três irmãos

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: Mostra Permanente de Cinema Italiano

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

 

 

18/11 – 19H: “TRÊS IRMÃOS” (1981), DE FRANCESCO ROSI

 

 

SINOPSE

Crônica familiar com subtexto ideológico na história de três filhos muito diferentes entre si – um juiz, um professor e o outro trabalhador braçal – que se reencontram em sua aldeia natal após varios anos para enterrar a mãe e confortar o pai idoso.

 

O DIRETOR

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No início dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou (1979) por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/MostraCinemaItaliano

 

SERVIÇO

Filme: Três Irmãos (1981), de Francesco Rosi

Duração: 105 minutos

Quando: 18/11 (segunda-feira)

Que horas: pontualmente às 19 horas

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

 

 

APTR

Ex-ministros condenam retrocesso bolsonarista na Cultura: “Censura se combate”

APTR

 

 

A Associação de Produtores de Teatro (APTR) realizou no Galpão Gamboa, na Zona Portuária, do Rio de Janeiro, o evento “Cultura, Liberdade de Expressão e Democracia” que reuniu sete ex-ministros da Cultura de gestões de Fernando Collor a Michel Temer, políticos, artistas e produtores culturais, na segunda-feira (11), para debater liberdade de expressão e democracia no governo Bolsonaro.

O evento foi organizado depois da nomeação de Roberto Alvim para comandar a Secretaria Especial de Cultura, que foi transferida do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo, na semana passada.

Os ex-ministros da pasta participaram do evento: Gilberto Gil, Francisco Weffort, Luiz Roberto Nascimento e Silva, Marta Suplicy, Ana de Hollanda, Marcelo Calero e Sérgio Sá Leitão.

O ator Marco Nanini celebrou o encontro realizado no Rio de Janeiro. “Estamos começando uma mobilização. Lutamos contra a ditadura, numa época em que a censura não era camuflada, a gente sentia na carne. Poder ver todos estes ex-ministros juntos e ouvi-los foi muito importante”, disse.

“É incrível, em novembro de 2019, nós — produtores, artistas e intelectuais — estarmos reunidos para falarmos sobre liberdade de expressão e democracia”, afirmou o organizador do evento Eduardo Barata, presidente da associação.

FRENTE AMPLA

Marta Suplicy defendeu uma frente ampla pluripartidária para o setor e parafraseou a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia e afirmou que “censura a gente não debate, a gente combate”.

Segundo Marta “estão cortando o oxigênio da Cultura do nosso país”.

A ex-ministra relembra que os bolsonaristas estão criando um medo muito grande. “As pessoas começaram a temer sair nas ruas”. “É um espanto ver o filho do presidente falar em AI-5”, considerou.

Para Marta, é necessário se unir as forças contra o governo Bolsonaro. “A frente ampla é o que podemos fazer para barrar este retrocesso civilizatório que estamos vivendo”, disse.

“A ditadura caiu quando nós nos unimos, quando o que passou a imperar foi uma defesa fundamental da democracia e da livre expressão. E é isso que nós precisamos ter agora, uma união de todos, uma frente ampla de centro-esquerda onde nós possamos estar juntos”, ressaltou.

LIBERDADE

Ana de Hollanda destacou que a censura só foi extinta pela Constituição de 88. “Isso foi um grande avanço e agora estamos encarando um retrocesso que nunca tinha ocorrido na nossa história”, disse.

“Importante manter a Cultura como a expressão mais livre, espontânea e autêntica do pensamento do povo. Precisamos manter acesa a liberdade de ser, de expressar o que o povo está dizendo”.

“É claro que a cultura e a arte incomodam governos autoritários e pessoas intelectualmente limitadas que não conseguem lidar com a ironia.

A ex-ministra também condenou “essa mudança sem qualquer sentido da pasta da Cultura, que já deixou de ser ministério, e sai da Cidadania para o Turismo”.

Por fim, Ana de Hollanda alertou para a tentativa do governo de destruir o Fundo Nacional de Cultura por meio da PEC dos Fundos Públicos, enviada por Paulo Guedes ao Congresso Nacional.

Os fundos públicos especiais são alimentados por recursos vinculados a receitas específicas, como tributos e royalties. São recursos que têm direcionamentos fixos previstos por lei para diversas áreas, como saúde e educação. Na Secretaria de Cultura, por exemplo, o Fundo Nacional de Cultura fomenta diversas autarquias, como a Fundação Nacional de Artes, a Funarte.

RAZÃO

O diplomata da Academia Brasileira de Letras (ABL) Sérgio Paulo Rouanet, que foi secretário de Cultura do governo Collor — cujo nome batizou informalmente a lei brasileira de incentivos fiscais à cultura, de 1991, criticou a censura promovida por Bolsonaro. “A gente tem um pouco de vergonha, em pleno século 21, de ter que defender a razão e a cultura. Esperamos que seja uma curta escaramuça contra o obscurantismo. Nós temos que acreditar em muitas coisas, entre elas, no progresso da razão”, disse.

Rouanet citou frase atribuída a Voltaire e foi aplaudido de pé. “Posso não concordar com nenhuma palavra que dizes, mas vou lutar até o fim pelo teu direito de dizê-lo”.

O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM), participaria do evento. Ele cancelou a presença por conta da forte chuva no Rio, mas enviou um vídeo que foi exibido na abertura.

“Tenho certeza que, aqui na Câmara (dos Deputados), junto com deputados e deputadas estaremos sempre lutando pelo fortalecimento dos investimentos na área de cultura, com a certeza da importância que tem o tema. E, claro, o investimento na área de cultura é fundamental somado a nossa liberdade de expressão, que é um país que vai crescer, que quer ser próspero e a democracia precisa garantir isso para a nossa população”, disse Maia.

O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), ministro da Cultura no governo Temer apontou a intenção de Bolsonaro em destruir com a cultura. “É preciso entender que há hoje uma intenção deliberada de destruição da cultura. Precisamos dobrar nossa aposta para resistir, e peço para que os artistas não cedam à autocensura”, disse Celero.

Calero ganhou apoio dos demais ex-ministros para a apresentação de um projeto de decreto legislativo para revogar a medida do presidente Jair Bolsonaro. 

Gilberto Gil afirmou que grande parte da estrutura administrativa montada até pouco tempo atrás exigiu trabalho árduo e está sendo desmantelada. 

“Recusada à instituição governamental da Cultura o status de ministério, estatura e prestígio, reduzida a um lugar secundário na estrutura do governo, que ela possa estar à altura de suas responsabilidades para o país no seu sentido mais amplo e mais profundo. Queremos a consideração e o respeito às conquistas do nosso passado e uma visão mais generosa do nosso futuro”, disse Gil, sob aplausos. 

Espetáculo cancelado é encenado

Após a exibição de um vídeo com atos considerados censura na área cultural, a atriz Carolina Virguez fez uma apresentação do trecho final de “Caranguejo overdrive”. A cena faz um resumo da vida política no Brasil após a redemocratização, razão pela qual teria sido vetada da programação da mostra “CCBB — 30 anos de Cias”, em setembro.

Na plateia, estavam os atores Guilherme Weber, Camila Morgado, Bruce Gomlevsky e Maitê Proença; a diretora Bia Lessa; o cineasta Silvio Tendler, e os produtores de cinema Lucy e Luiz Carlos Barreto.

Além dos ex-ministros, integraram a mesa a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ, da comissão de Cultura da Câmara), o deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL-RJ, da comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio).

 

 

Veja o debate entre os ex-ministros:

https://www.facebook.com/aovivoja/videos/979256145754511/

o sal da terra

A luta das mulheres e dos imigrantes é tema do Cinema Com Partido deste sábado (16)

o sal da terra

 

 

O Cine-Teatro Denoy de Oliveira apresenta: CINEMA COM PARTIDO – MOSTRA DEMOCRÁTICA

 

Trabalhadores sem direitos; colonialismo; imperialismo; racismo; discriminação das mulheres; extermínio das populações indígenas; degradação do meio-ambiente; ciência e escola sob censura de pretensos intérpretes das Escrituras; aversão à democracia e seu fundamento, o livre debate entre partidos políticos; exaltação das ditaduras, do pensamento único , da violência, da intolerância, da corrupção, da hipocrisia (qualquer semelhança com o governo da família Bolsonaro será mera coincidência?) são temas que o cinema universal tem denunciado com vigor ao longo do tempo.

Para a extrema-direita, isto é doutrinação.

Para as correntes de opinião comprometidas com a democracia é cultura e arte.

 

 

16/11 – 10H: “O SAL DA TERRA” (1953), DE HERBERT J. BIBERMAN

 

SINOPSE

A luta dos mineiros vista de uma perspectiva em que as mulheres e os imigrantes são líderes e iguais. A histeria macarthista baniu o filme dos EUA, a protagonista foi deportada e o argumentista passou mais de um ano na prisão. Treze anos depois, “Sal da Terra” foi lançado nos cinemas norte-americanos. O senador McCarthy morrera em 1957, desempoderado, desacreditado e afogado em álcool.

 

Após a exibição do filme, nosso debate contará com a presença de Carina Vitral, que foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual presidente da União da Juventude Socialista (UJS).

 

 

Confira nossa programação completa: http://bit.ly/CinemaComPartido

 

 

SERVIÇO

Filme: O Sal da Terra (1953), de Herbert J. Biberman

Duração: 94 minutos

Quando: 16/11 (sábado)

Que horas: pontualmente às 10 horas da manhã.

Quanto: entrada franca

Onde: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista (Sede Central da UMES SP)

 

MOSTRA ISRAEL PALESTINA 2-02

CAMINHOS PARA A PAZ – Mostra de Cinema Israel-Palestina

MOSTRA ISRAEL PALESTINA 2-02

 

Entre os dias 29 e 30 de novembro, e 1 de dezembro o Cine-Teatro “Denoy de Oliveira” receberá a “Mostra de Cinema Israel-Palestina”

***

Durante muitos anos, a filmografia dos conflitos entre palestinos e israelenses permaneceu escassa. A partir do ano 2000, uma série de obras realizadas por cineastas locais tem ganhado as telas do mundo e colecionado prêmios internacionais. Selecionamos quatro, entre as melhores, que buscam explicitar diferentes perspectivas do conflito e contribuir na construção de um caminho para a paz. 

 

Para arrematar a Mostra, teremos ao final um debate com representantes das duas comunidades: Daniel Douek, colaborador do Instituto Brasil-Israel; e Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL). 

 

PROGRAMA E FICHA TÉCNICA

29 de novembro (sexta-feira), 19h

Paradise Now

Hany Abu-Assad (2005), com Lubna Azabal, Hiam Abbass, Ali Suliman, Amer Hlehel; Palestina/França/Alemanha/Holanda; 87 min

Dois amigos de infância são recrutados para realizar um atentado suicida em Tel Aviv. Depois de passar com suas famílias o que teoricamente seria a última noite de suas vidas, sem poder revelar a sua missão, eles são levados à fronteira. A operação não ocorre como o planejado e eles acabam se separando. Distantes um do outro, com bombas escondidas em seus corpos, os amigos devem enfrentar seus destinos e defender suas convicções.

 

30 de novembro (sábado), 16h

Bubble

Eytan Fox (2006), com Ohad Knoller, Yousef Sweid, Lior Ashkenazi, Ruba Blal; Israel/França; 117 min.

Vendedor de discos, gerente de café e vendedora de cosméticos dividem apartamento em bairro descolado de Tel Aviv. O local é o símbolo da “bolha”, apelido dado à cidade. O trio leva uma vida comum, sem se preocupar com os conflitos políticos que agitam o país, até que um deles se apaixona por um palestino que conheceu após acidente em posto de controle.

 

30 de novembro (sábado), 18h15min

Limoeiro

Eram Riklis (2008), com Hiam Abbass, Rona Lipaz-Michael, Ali Suliman; Israel/França/Alemanha;106 min.

Salma é uma viúva cujo sustento vem de sua plantação de limões, localizada na linha de fronteira entre Israel e Cisjordania. Quando o Ministro de Defesa israelense se muda para a casa em frente à sua plantação, o exército israelita declara que os limoeiros ameaçam a segurança do governante e por isso devem ser arrancados. Após pedir ajuda às autoridades palestinas e não obter sucesso, Salma chega ao Tribunal Supremo Isralense com a assistência de um jovem advogado palestino. Sua determinação desperta o interesse da esposa do Ministro da Defesa e uma conexão entre as duas mulheres é criada.

 

1 de dezembro (domingo), 15h

Promessas de um novo mundo

Justine Shapiro, Carlos Bolado, B.Z. Goldberg (2001), Israel/Palestina/EUA; 106 min.

O documentário retrata a história de sete crianças palestinas e israelenses em Jerusalém que, apesar de morarem no mesmo lugar, vivem em mundos completamente distintos e separados. Com idades entre 8 e 13 anos, raramente elas falam por si mesmas e estão isoladas pelo medo. Neste filme, suas histórias oferecem uma nova perspectiva sobre o conflito israelo-palestino.

 

1 de dezembro (domingo), 17h

DEBATE

  • Daniel Douek, mestre em Letras pelo Programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP e colaborador do Instituto Brasil-Israel
  • Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL)
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AI-5 NUNCA MAIS – Ato em defesa da democracia é realizado em São Paulo

75252875 2580911848612907 3956743676616507392 oMesmo sob forte chuva, milhares de pessoas participaram do ato na capital paulista – Fotos: Maiakovski Pinheiro/UBES

 

Milhares de pessoas protestaram em São Paulo, na última terça-feira (5), contra as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O ato convocado pelas entidades estudantis reuniu milhares de pessoas no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista. O protesto contou com participação de dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais e de moradia.

 

Em entrevista, o filho “03” de Bolsonaro ameaçou decretar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) no Brasil como uma “resposta” caso aconteçam manifestações populares contra o governo como no Chile.

 

O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), destacou que “o AI-5 da ditadura militar não foi contra a esquerda, mas contra toda a democracia. Fechou o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, institucionalizou a perseguição política e a censura”.

 

Chen destacou que depois do AI-5, a repressão contra a população aumentou com prisões injustificadas, tortura e morte dos que discordavam da ditadura militar.

“É por isso que repudiamos qualquer ameaça do clã de Bolsonaro à democracia”, ressaltou.

 

“Nossas manifestações de hoje, que estão acontecendo em diversas cidades, são para deixar claro que a família Bolsonaro está indo longe demais. Na democracia não encostarão um dedo sequer”, destacou o líder estudantil.

 

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Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, “as manifestações de rua se somam aos partidos, entidades e movimentos sociais que repudiaram as ameaças de Eduardo Bolsonaro à democracia”.

 

Iago afirmou que “o repúdio às ameaças do Eduardo e os ataques de Jair à democracia foi amplo e plural. Partidos de direita e de esquerda, ministros do STF, entidades importantíssimas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), todos mostraram que o povo brasileiro está disposto a fazer de tudo para garantir suas liberdades democráticas”.

 

“Estamos aqui dizendo não a todo o projeto de Bolsonaro e Guedes. Um projeto que entrega nossas riquezas, como o petróleo, que é antipopular, por tirar direitos dos trabalhadores e os deixar em uma situação cada vez mais precária, e que é antidemocrático, já que a cada instante eles atacam uma instituição democrática diferente”, continuou.

 

Pedro Gorki, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), “Jair Bolsonaro ter dito que seu filho está apenas ‘sonhando’ quando fala de um novo AI-5, sem qualquer tipo de repúdio ao conteúdo da fala, mostra que ele é conivente”.

 

“Um presidente com o mínimo de sanidade e que defendesse o estado democrático de direito teria condenado uma fala como a de Eduardo Bolsonaro, tivesse ela saído da boca de qualquer parlamentar”.

 

Gorki acredita que “o povo brasileiro precisa tomar muito cuidado e estar firme na luta para que as ameaças da família Bolsonaro à democracia não saiam da oratória”.

 

O diretor de Universidades Públicas da UNE, Guilherme Bianco, disse que “esses ataques à democracia ficam mais intensos e frequentes com o crescimento do repúdio à política neoliberal de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Não dão resposta ao problema do desemprego, retiram direitos e leiloam nosso petróleo. Ao lado disso está a perda de apoio no parlamento, seja por essa política que tentam aplicar ou pelos desentendimentos dentro do próprio partido”.

 

“É importante entender que uma ditadura somente serviria para empurrar goela abaixo uma política que o povo rejeita, e o povo tem rejeitado toda essa política entreguista”, completou.

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5 DE NOVEMBRO CONTRA O AI-5 – Eduardo Bolsonaro ameaça Brasil com Ditadura

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Todos em defesa da Democracia

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro ameaçou decretar um novo Ato Institucional nº 5 (AI-5) no Brasil como uma “resposta” caso aconteçam manifestações populares contra o governo como no Chile.

 

Segundo o filho 03 do clã bolsonarista: “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar ter uma resposta, e uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”.

 

Decretado em 13 de dezembro de 1968, o AI-5 tornou-se um dos principais instrumentos para a supressão dos direitos de todos os cidadãos brasileiros.

 

Eduardo Bolsonaro defendeu um decreto que, em sua primeira medida, fechou o Congresso Nacional e cassou, indiscriminadamente, os direitos políticos de centenas de pessoas, independentemente das concepções ideológicas dos cidadãos.

 

Após o AI-5, a repressão aumentou com prisões injustificadas, tortura e morte daqueles que discordavam da ditadura militar.

 

A União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES) repudia as declarações de Eduardo Bolsonaro que representam grave ameaça à democracia e ao conjunto do povo brasileiro.

 

Relembramos ainda as palavras de Ulisses Guimarães, há exatos 30 anos, na promulgação da Carta Magna brasileira: “TEMOS ÓDIO E NOJO DA DITADURA”.

 

E é nesse espírito que a UMES se soma às centenas de entidades da sociedade civil que não toleram o ataque bolsonarista à democracia e vai às ruas neste dia 5 de novembro em defesa das liberdades democráticas para o conjunto da população brasileira.

 

 

Entidades e parlamentares repudiam defesa de Eduardo Bolsonaro de “novo AI-5”

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), repudiaram a ameaça de Eduardo Bolsonaro à democracia.

 

Para Rodrigo Maia, “manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas com toda a indignação possível pelas instituições brasileiras”.

 

“A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo”, completou.

 

Davi Alcolumbre disse que, como presidente do Senado, trabalha “diariamente pelo fortalecimento das instituições, convicto de que o respeito e a harmonia entre os poderes é o alicerce da democracia, que é intocável sob o ponto de vista civilizatório”.

 

“É lamentável que um agente político, eleito com o voto popular, instrumento fundamental do Estado Democrático de Direito, possa insinuar contra a ferramenta que lhe outorgou o próprio mandato. Mais do que isso: é um absurdo ver um agente político, fruto do sistema democrático, fazer qualquer tipo de incitação antidemocrática. E é inadmissível essa afronta à Constituição. Não há espaço para que se fale em retrocesso autoritário. O fortalecimento das instituições é a prova irrefutável de que o Brasil é, hoje, uma democracia forte e que exige respeito”, afirmou.

 

OAB

 

Como destacou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz: “É gravíssima a manifestação do deputado, que é líder do partido do presidente da República. É uma afronta à Constituição, ao Estado democrático de direito e um flerte inaceitável com exemplos fascistas e com um passado de arbítrio, censura à imprensa, tortura e falta de liberdade”.

 

UNE

 

Para a União Nacional dos Estudantes (UNE), “é inaceitável a declaração que se refere a edição de um novo AI-5”.

 

“Lideranças da UNE e tantos estudantes foram assassinados pelo autoritarismo implantado com o AI-5. A UNE tem compromisso com a democracia, não vamos nos calar diante dessas ameaças. Exigimos a imediata cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro”, destacou o presidente da entidade, Iago Montalvão.

 

AJUFE

 

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também manifestou “profunda preocupação com as recentes declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro”. “Um novo AI-5 representaria uma grave afronta à democracia e à Constituição Federal, por promover cassações de mandatos, suspensão de direitos políticos, demissões e perseguições, fechamento do Congresso Nacional e intervenção nos Estados e Municípios”, destacam os juízes federais.