18-7-16 Antenor Nascentes e o estudo do idioma nacional brasileiro

Antenor Nascentes e o estudo do idioma nacional brasileiro

18-7-16 Antenor Nascentes e o estudo do idioma nacional brasileiro

 

Há discussões que parecem se repetir ao longo dos anos – sobretudo quando o conhecimento do passado torna-se fosco.

 

Na década de 30 do século passado, o professor Antenor Nascentes, do Colégio Pedro II, culminou uma revolução nos estudos da língua portuguesa. Seu foco era a existência de um idioma nacional.

 

Nascentes – desde seu livro “O Linguajar Carioca” (1922) – não negava que no Brasil falava-se português. Mas, dizia ele – seguindo uma tradição que teve em José de Alencar o seu pioneiro – o português brasileiro era diferente, inclusive quanto às regras gramaticais, do português lusitano. O idioma nacional não era o português de Portugal, mas o que ele chamou de “o dialeto brasileiro”, com quatro subdialetos em sua primeira formulação (1922): nortista, fluminense, sertanejo e sulista; ou seis, em sua segunda formulação (1953): amazonense, nordestino, baiano, fluminense, mineiro e sulista.

 

Como tal, o dialeto brasileiro deveria ter – e tinha – regras próprias. Não se tratava apenas da língua falada, que, evidentemente, era diferente daquela de Portugal. O que Nascentes afirmava é que a língua literária também deveria ser diferente. O problema estava, exatamente, em que, para boa parte dos escritores e redatores brasileiros, permanecia um servilismo à (supostas) gramática e até à dicção lusitana. “É comum”, observava Antenor Nascentes, “ler-se oiro, tesoiro, toiro, etc., escritos por quem pronuncia ôru, tizôru, tôru, etc. Efeito estético? Francamente, não vejo razão para o emprego dessas formas que não vivem na língua. Pintainho escrevem muitos que, falando, só dizem pintinho, que não é forma errada. Mobilar ninguém diz e sim mobiliar (e às vezes mobilhar)”.

 

A questão era crítica no caso da colocação de pronomes oblíquos, onde tentava-se imitar um suposto linguajar literário lusitano, que hoje somente o sr. Michel Temer é capaz de usar.

 

Lembro-me que meu pai, sempre zeloso pela educação dos filhos, comprou um dia a “Gramática Expositiva”, de Eduardo Carlos Pereira. Infelizmente, ninguém conseguiu ler aquele calhamaço, publicado pela primeira vez em 1906 – o que eu somente soube em 2008, devido a uma entrevista de Evanildo Bechara. Também o nosso maior gramático da atualidade encontrara, em sua juventude, muita dificuldade em ler a “Gramática Expositiva”.

 

Na época em que o livro de Eduardo Carlos Pereira entrou na minha casa, eu não sabia que, diante do dilúvio de gramáticas publicadas em nosso país a partir do fim do século XIX, o maior escritor da nossa literatura, Machado de Assis, dissera que “sou dos menos competentes para avaliar pelo justo e pelo miúdo a importância e a superioridade de uma gramática”.

 

Era esse divórcio entre o uso literário e oral da língua – e a gramática – que Antenor Nascentes mirava quando dizia que “a língua é uma entidade viva e não pode obedecer a resoluções de gabinete, por mais respeitáveis que sejam”.

 

Mas, então, como se orientar sobre o que é certo e o que é errado?

 

Talvez a melhor forma de exemplificar o critério de Nascentes seja a maneira como abordou o problema da colocação de pronomes, que assim sintetizou:

 

“Em matéria de colocação de pronomes oblíquos, salvo o caso de um patente absurdo, não há certo nem errado; há o agradável e o desagradável ao ouvido”.

 

Ou seja, Nascentes remeteu ao campo da estilística um problema gramatical – as necessidades do estilo (e, portanto, o uso) deveriam determinar a gramática, e não o inverso.

 

De forma ainda mais explícita:

 

“O caso da colocação dos pronomes pessoais oblíquos é invenção dos gramáticos brasileiros.

 

“Em todas as línguas os pronomes têm sua colocação natural, que se aprende desde o berço; ninguém precisa na escola fazer aprendizagem especial de colocação de pronomes.

“Foi isto o que claramente enunciou Silva Ramos ao dizer que não sabia como se colocavam os pronomes, ‘pela razão muito natural que não sou eu quem os coloca, eles é que se colocam por si mesmos, e onde caem, aí ficam’. (Pela Vida fora… pg. 119).

 

“Todas as colocações, menos aquelas que aberrarem do bom senso tornando a frase ininteligível, são pois, aceitáveis.”

 

Bem, amigos leitores, este é o autor do texto que publicamos hoje, extraído do seu livro “O Idioma Nacional na Escola Secundária” (1935).

 

C.L.*

 

ANTENOR NASCENTES

 

A questão primordial ao iniciar-se o estudo da metodologia do nosso idioma é a caracterização.

 

Embora falemos a língua portuguesa, não podemos deixar de reconhecer que esta língua assume em nosso país o caráter de uma variante e bem diferenciada.

 

Na pronúncia, no vocabulário, na construção da frase, divergimos muito do falar de Portugal.

 

Dentro do nosso falar, como aliás em toda parte, a língua popular é diferente da culta e na própria língua culta, a falada fica muito longe da escrita.

 

Tratando da língua falada no Brasil colonial assim se exprime Gilberto Freyre:

 

“Ficou-nos, entretanto, dessa primeira dualidade de línguas, a dos senhores e a dos nativos; uma de luxo, oficial, outra popular, para o gasto, — dualidade que durou seguramente século e meio e que prolongou-se depois, com outro caráter, no antagonismo entre a fala dos brancos das casas-grandes e a dos negros das senzalas — um vício, em nosso idioma que só hoje, e através dos romancistas e poetas mais novos, os Bandeira, os Mario de Andrade, os Amando Fontes, os Jorge Amado, os Yan Prado, os Schmidt, os Oswald de Andrade, os Carlos Drummond, os Lins do Rego, os Ribeiro Couto, os Murilo Mendes, os Antonio de Alcântara Machado — vai sendo corrigido e atenuado: o vácuo enorme entre a língua escrita e a língua falada. Entre o português dos bacharéis e doutores, quase sempre propensos ao purismo, ao preciosismo e ao classicismo, e o português do povo, do ex-escravo, do menino, do analfabeto, do matuto, do sertanejo”.

(Casa-Grande e Senzala, 176-7).

 

Embora reconheçamos que a língua culta não pode ser igual à popular e que a língua literária tem de divergir da língua falada, não deixamos de dar em parte razão ao escritor pernambucano, pois ele vem salientar os motivos capitais das divergências notadas: o purismo, o preciosismo, o classicismo.

 

Repitamos com Macedo Soares: já é tempo de os brasileiros escreverem como se fala no Brasil e não como se escreve em Portugal (Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa).

E nisso estamos de acordo com um dos mais ilustres filólogos portugueses, o Sr. Dr. J. Leite de Vasconcelos, que entende ser dever de quem escreve dar aos seus escritos, além de feição individual ou própria, feição nacional (A Evolução da Linguagem).

 

Divergindo as línguas nos dois países, é claro que a gramática também variará e portanto o critério de correção gramatical.

 

“A nossa gramática não pode ser inteiramente a mesma dos portugueses. As diferenciações regionais reclamam estilo e método diversos.

 

“A verdade é que, corrigindo-nos, estamos de fato a mutilar ideias e sentimentos que nos são pessoais.

 

“Já não é a língua que apuramos, é o nosso espírito que sujeitamos a servilismo inexplicável.

 

“Falar diferentemente não é falar errado. A fisionomia dos filhos, não é a aberração teratológica da fisionomia paterna” (João Ribeiro, A Língua Nacional, 2ª ed., pg. 8).

Em nossas escolas primárias ensina-se a abrir a vogal a da desinência de primeira pessoa do plural no pretérito perfeito simples do indicativo [amámos], quando não existem vogais nasais abertas no Brasil.

 

É comum ler-se oiro, tesoiro, toiro, etc., escritos por quem pronuncia ôru, tizôru, tôru, etc. Efeito estético? Francamente, não vejo razão para o emprego dessas formas que não vivem na língua.

 

Pintainho escrevem muitos que, falando, só dizem pintinho, que não é forma errada. Mobilar ninguém diz e sim mobiliar (e às vezes mobilhar).

E como estes, muitos exemplos se poderiam citar.

 

Repugnam ao brasileiro as combinações mo, to, lho e variações. Os escritores que se jactam de caprichosos na língua, apreciam extraordinariamente estas expressões que nunca empregam.

 

Igualmente repugnam as expressões di-lo, fá-lo (lembra falar), trá-lo, pú-lo (parece o verbo pular), quere-lo; algumas até são quase incompreensíveis. Aparecem todavia, em muitos escritos, desses autores que timbram em exprimir-se à moda clássica, à moda lusitana genuína.

 

Falemos certo, sem precisar exprimirmo-nos à moda de Portugal.

 

Gramáticas há e muitas que capitulam de vício de linguagem o brasileirismo como se fosse vergonha falar à moda do país.

 

No Brasil, o brasileirismo só é erro quando constitui um solecismo e, neste caso, é errado por ser um solecismo e não por ser um brasileirismo.

 

Ao contrário, será impróprio lusitanismo ou portuguesismo, isto é, a expressão embora certa, mas que não corresponde à linguagem usada no Brasil.

 

O caso mais característico, o grande cavalo de batalha é a colocação dos pronomes pessoais oblíquos.

 

“A nossa maneira fantasista (como alguns lhe chamam) de colocar os pronomes, forçosamente diversa da de Portugal, não é errônea, salvo se a gramática, depois de anunciar que observa e registra fatos, depois de reconhecer que os fenômenos linguísticos têm o seu histórico, a sua evolução, ainda se julga com o direito de atirar ciosa e receosa da imutabilidade, por cima do nosso idioma, a túnica de Nessus das regras arbitrárias e inflexíveis.

 

“As línguas alteram-se com a mudança de meio; e o nosso modo de falar diverge e há de divergir, em muitos pontos, da linguagem lusitana” (Said Ali, Dificuldades da Língua Portuguesa, 2ª ed., pg. 81).

 

Do mesmo sentir é Silva Ramos, que ninguém em sã consciência poderá acusar de lusófobo.

 

“A situação do pronome átono na proposição, tanto no Brasil como em Portugal, é determinada exclusivamente pelo ritmo, diferente numa e noutra região, consoante a tonicidade e o valor dos fonemas, que não condizem aquém e além-mar”.

 

“A discrepância que se nota neste particular entre o falar de aquém e o de além-mar é ocasionada única e exclusivamente pela modulação e cadência da frase que nunca será a mesma em Portugal e no Brasil”.

 

“Seja como for, o regulador único da distribuição dos pronomes átonos na locução brasileira é igualmente o ritmo, governado por princípios de que os naturais do Brasil não têm a mínima consciência, como os que nasceram em Portugal não a têm dos que regulam a cadência da locução portuguesa. Ora, tentar reduzir o ritmo, o número, a cadência da linguagem brasileira ao ritmo, número e cadência da linguagem portuguesa é irracionável empreendimento”. (Pela vida fora…, pgs. 82, 119 e 222).

 

Mirem-se neste espelho aqueles que corrigem colocações brasileiras de pronomes átonos em desacordo com as portuguesas.

 

Referindo-se a formas sintáticas dialetais de tal modo firmadas na língua de todas as classes que já estão entrando na literatura, erradas à luz da gramática, certas dentro da realidade linguística, solta Mario Marroquim eloquente brado de alarma em seu original livro A Língua do Nordeste:

 

“É martírio para a mocidade que aprende e humilhação para o mestre inteligente que ensina, esse bilinguismo dentro de um só idioma, — essa unidade exterior, de superfície, de duas línguas que se repelem, a língua que falamos e a língua que escrevemos.

“Nós, no Brasil, presos à gramática ‘portuguesa’, somos vítimas de uma desintegração dolorosa de nós mesmos.

 

“Os modernos escritores brasileiros que interpretam as cousas do Brasil, quando desobedecem aos cânones da língua culta e fogem às praxes gramaticais, fazem-no por ser essa a maneira de evitar a dissociação entre sua obra e eles mesmos.

 

“O homem brasileiro, vivendo no ambiente brasileiro, herdeiro de tradições que lhe dão um ‘caráter’ próprio, tem exigências de expressões e de linguagem de acordo com esse ‘caráter’.

 

“À medida que o meio social foi armando a sua estrutura autônoma, diferente do português, começou o brasileiro a moldar a sua construção linguística e a traçar rumos gramaticais, de acordo com o seu feitio.

 

“Criou a sua língua.

 

“Regras de gramática rígidas e áridas baseadas em fatos linguísticos isolados do ‘homem’, são camisas de força asfixiantes.

 

“A língua brasileira, já ninguém discute isso, diverge da portuguesa; é esta, entretanto, que a escola continua a ensinar ao brasileiro.

 

“O mestre, escudado em fórmulas frias, sem articulação nem plasticidade, violenta a espontaneidade dessa linguagem que é um efeito, pondo-a em litígio com a causa, que é a formação social e humana de quem a fala.

 

“Esse litígio é a tragédia ignorada de todos os pequenos estudantes, para os quais a gramática é um instrumento de tortura, justamente porque as suas regras representam já em muitos pontos a artificialidade de uma língua de que não sentem o poder, nem a força de expressão” (págs. 162-6).

 

Não nos move hostilidade contra o povo de que descendemos e sim apenas o desejo de adaptação à realidade.

 

Queremos somente que no ensino e na aferição da capacidade se leve em consideração o território em que a língua é falada.

 

“Que poderão, entretanto, pergunta Silva Ramos, fazer os mestres neste momento histórico da vida do português na nossa terra?”

 

Ele mesmo responde:

 

“Ir legitimando, pouco a pouco, com a autoridade dos nossos gramáticos, as diferenciações que se vão operando entre nós” (Pela vida fora…, 178).

 

*Carlos Lopes é editor chefe da redação da Hora do Povo

 

18-7-16 PLS Renan

Se PLS de Renan fosse lei, até o juiz Sérgio Moro se tornaria réu

18-7-16 PLS Renan

Procuradores também mobilizam contra o PLS 280 que visa abafar a Justiça e estimular os corruptos

 

CARLOS LOPES* 

O projeto de lei nº 280, apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros – com a cumplicidade do ministro Gilmar Mendes, do STF, que exumou um texto arquivado pela Câmara -, foi definido pelos procuradores Antonio Carlos Welter e Carlos Fernando dos Santos Lima, da Operação Lava Jato: “pretende-se transformar em lei a vontade do criminoso de prender quem o investiga”.

O projeto proíbe a delação premiada daqueles que estiverem presos (artigo 11º) – e até dos que estiverem soltos, mas alegarem que estavam sob ameaça de prisão (artigo 13º); proíbe a escuta ambiental das próprias conversas – como aquelas feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ou pelo filho do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (artigo 22º); torna impossível a prisão preventiva de acusados, ao tornar automática sua “liberdade provisória” (artigo 9º); e até estabelece ações privadas, cassando a prerrogativa do Ministério Público de oferecer denúncia por suposto “abuso de autoridade” (artigo 3º). A pena, para cada uma dessas “infrações”, seria de um a quatro anos de cadeia, mais multa.

É óbvio o motivo de apresentar agora esse projeto e querer aprová-lo a toque de caixa, sem passar pelo plenário, em caráter “terminativo”, na comissão do senador Jucá – como Renan, um dos investigados por corrupção. A tentativa, por sinal, fracassou. Com o pedido de vistas coletivo dos membros da comissão, a apreciação do projeto foi adiada para 16 de agosto.

Mas o fato é que, se esse projeto fosse lei, os policiais, procuradores e até o juiz Sérgio Fernando Moro, teriam se tornado réus por suposto “abuso de autoridade” – e os ladrões do dinheiro e do patrimônio do povo estariam livres para continuar sua carreira de crimes contra o Brasil.

Não há maior abuso de autoridade do que este.

Como dizem os procuradores da Lava Jato: “…pretende-se, não apenas calar investigadores e juízes, mas paralisar investigações de criminosos do colarinho branco, especialmente aqueles que possuem poder político e que durante anos se beneficiaram de um vasto esquema de corrupção”.

Quem são os apoiadores desse projeto, cujo único objetivo é impedir que alguns ratos da República – de rabo grosso e de rabo fino – vão para a cadeia, tornando réus, em seu lugar, os policiais, procuradores e magistrados que fazem parte da Lava Jato e outras investigações?

Os principais apoiadores são: além de Calheiros – denunciado, entre outras coisas,  por um roubo de R$ 32 milhões na Transpetro (a frota da Petrobrás); Lula – denunciado por falcatruas com empreiteiras que lhe proporcionaram um sítio, um triplex e palestras muito bem pagas para dizer platitudes; Cunha, elemento já com meio pé na cadeia; Collor, que já está com meio corpo dentro do mesmo lugar, por roubos na BR Distribuidora; Gilmar Mendes, segundo dizem, ligado a José Serra. Faltam outros, mas essa é uma amostra suficiente, porque muito representativa.

A QUEM

Os antigos romanos – em especial, Sêneca – diziam: “Cui prodest scelus, is fecit”, ou seja, “aquele que se beneficia com o crime foi quem o cometeu”.

A quem beneficia o projeto nº 280? Aos ladrões da Petrobrás: aos Renan, Cunha, Lula, Collor, etc.

Aliás, Calheiros está tão desesperado com a perspectiva da cadeia, que, na terça-feira, ameaçou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), durante a sessão do Senado:

CALHEIROS (PMDB-AL): Outro dia, vi uma declaração do Senador Cristovam fazendo a interpretação de que talvez o Presidente do Senado, por atender a esse pedido do Supremo Tribunal Federal [do ministro Gilmar Mendes], o faça por motivações pessoais. (…) essa motivação V. Exª não verá em mim jamais, jamais, jamais. A lei não retroage, não tem nada a ver com as investigações.

CRISTOVAM (PPS-DF): Senador, (…) fala-se em abuso de autoridade, mas, na verdade, muitos estão imaginando que é abuso contra autoridade – é isso que se imagina – até porque morrem 10 mil crianças assassinadas, e a gente nunca fez nada aqui no sentido de se preocupar com isso. Todos os dias, são algemados centenas de pobres, quase todos negros, e a gente não fala nada contra abuso de autoridade. (…) neste momento, ao trazer esse projeto, a sensação geral é que, de fato, os senadores querem é se proteger. Como foi o senhor que trouxe, fica mais ainda sobre o senhor.

CALHEIROS: (…) quando foi que V. Exª disputou a eleição presidencial?

CRISTOVAM: Em 2006, em 2006.

CALHEIROS: Em 2006, eu lembro aqui que nós fomos procurados pelo então tesoureiro do PDT, que trazia denúncias (…) de doação ilegal, de receptação não contabilizada na campanha.

CRISTOVAM: Presidente, e o senhor não fez nada? O senhor pecou, então. É grave. Se chegou uma denúncia

CALHEIROS: Eu não pequei. Eu acho que essas coisas não prescreveram.

(…)

CRISTOVAM: Muito bem! O senhor tem que apurar, Presidente.

CALHEIROS: (…) Quem sabe se não será hoje?

CRISTOVAM: Não! Tinha que fazer e eu acho que deveria levar para o Conselho de Ética.

CALHEIROS: … eu nunca levei em consideração, porque eu acho que as delações precisam ser regulamentadas.

CRISTOVAM: Então, desculpe-me pela palavra certa: o senhor prevaricou. Se chegou uma denúncia aqui contra mim, e o senhor não apurou, isso se chama prevaricação, presidente Renan. Tinha que ter aberto o Conselho de Ética. Tinha que levar todo tipo de investigação.

(…)

CALHEIROS: (…) queria repetir que a primeira delação que eu vi, no Brasil, foi sobre as eleições de 2006.

CRISTOVAM: Então, vamos apurar, senador! Como o senhor deixou isso guardado?

CALHEIROS: Não fui eu, eu não era presidente do Senado.

CRISTOVAM: Mas era senador, tinha obrigação de apurar.

CALHEIROS: Está na hora.

(…)

CRISTOVAM: É mais uma razão para eu ficar contra essa lei

CALHEIROS: Não tem nada a ver com a lei.

CRISTOVAM: É para não virem dizer que estou querendo me proteger, senador. (…) O senhor prevaricou! O senhor prevaricou!

CALHEIROS: E o senhor? E o senhor?

CRISTOVAM: Eu não prevariquei!

CALHEIROS: Se eu prevariquei, o que é que aconteceu com o senhor?

CRISTOVAM: Eu não prevariquei. O senhor apure, senador. Vou pedir que se apure agora oficialmente.

E Renan mudou de assunto: passou para a ordem do dia.

*é editor chefe da redação da Hora do Povo

 

13-7-16 O Conformista

Venha assistir “O Conformista”, de Bernardo Bertolucci, na Mostra Permanente de Cinema Italiano

13-7-16 O Conformista

 

Na próxima segunda (18), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “O Conformista”, de Bernardo Bertolucci (1976). Com entrada franca, a sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, na Bela Vista. Chame sua família e seus amigos e participe!

 

Confirme sua presença!

 

O CONFORMISTA, de Bernardo Bertolucci (1976), ITÁLIA, 107 min.

 

SINOPSE
Roma, 1938. Marcello (Jean-Louis Trintignant) é o mais novo funcionário de Mussollini e flerta com a bela Giulia (Stefania Sandrelli). Casados, os dois vão para Paris em lua de mel. Lá Marcello deve cumprir uma missão designada por seus chefes: eliminar um professor que fugiu da Itália assim que os fascistas assumiram o poder.

 

Bernardo Bertolucci (1941)
Filho do poeta e crítico de cinema Attilio Bertolucci, Bernardo Bertolucci nasceu em Parma. Começou cedo, ainda no final dos anos 50, quando realizou seus primeiros curta-metragens em 1959 e 1960. Em 1961, frequentou a Universidade de Roma onde começou o curso de Literatura Moderna após trabalhar como assistente de direção em “Accattone”, de Pier Paolo Pasolini. Estreou como diretor em 1962 com o longa “A Morte”.
Conhecido por sua versatilidade, Bertolucci tem entre suas obras “Antes da Revolução” (1964); o clássico “O Conformista” (1970), livre adaptação do livro homônimo de Alberto Moravia; o polêmico “O Último Tango em Paris” (1972), com Marlon Brando e Maria Schneider; o épico “1900”, conhecido como o mais grandioso filme de sua carreira. Também se destacam, o multipremiado “O Último Imperador” (1987), “O Céu que Nos Protege” (1990) e “Os Sonhadores” (2003).

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

Confira nossa programação!

 

 

13-7-16 Bola de Sebo

Adquira o DVD “Bola de Sebo”, de Mikhail Romm, na loja virtual do CPC-UMES Filmes

13-7-16 Bola de Sebo

 

Já está disponível na loja virtual do CPC-Umes Filmes o DVD do filme “BOLA DE SEBO”, de Mikhail Romm (1934). Garanta já o seu através do nosso site: cpcumesfilmes.org.br

 

Sinopse
Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva.
Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.
A história de Maupassant recebeu mais de 10 adaptações cinematográficas.“No Tempo das Diligências” (besthealthcareinfo.com) bebeu deste filão que também inspirou Brecht na criação da Jenny de “A Ópera dos Três Vinténs”, como uma antítese da gentil prostituta francesa. Na “Ópera do Malandro”, a Geni, de Chico Buarque e Rui Guerra, retoma o modelo original.

 

Direção: Mikhail Romm (1901-71)
Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a guerra civil, graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Mosfilm Estúdio, atuou como produtor e diretor. No Instituto Estatal de Cinema (VGIK), desde 1962, foi professor de proeminentes cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov, Elem Klimov. Realizou 18 longas-metragens, entre os quais “Bola de Sebo” (1934), “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “O Fascismo de Todos os Dias” (documentário, 1965). Recebeu o Prêmio Stalin nos anos de 1941, 1946, 1948, 1949, 1951. De seu filme “Sonho”, disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.

29-5-16 Umberto D

Umberto D e o Plano Marshall.

29-5-16 Umberto D

 

CAIO PLESSMMAN*

 

A dor de Umberto Domênico Ferrari, o protagonista de Umberto D, 1952, de Vittorio De Sica é não conseguir forjar a própria individualidade, sua angustia é a da incapacidade de libertar-se de um modelo de vida dependente.

 

Apesar de inconsciente, autocensurado, o fenômeno da dependência estrutural ocorre no campo estético, filosófico, trabalhista, psicológico, social e, no filme mostra quão profundas já eram, àquele momento, as raízes da discórdia na sociedade italiana, e quão trabalhosa seria (e será ainda) a dinâmica de superação na qual a humanidade esta inserida. Por isso De Sica trabalhou exclusivamente com atores não profissionais, personagens do povo.

 

De fato visto desse modo a força do filme está nessa infraestrutura da dependência que ele cala e o seu drama numa espécie de profundidade dilacerante de suas elipses, nas questões que apesar de todo didatismo são sintomaticamente ocultadas: a desconexão da primeira parte do filme (com a presença da passeata e do protesto dos aposentados, em unidade) com a segunda (onde o protagonista se apresenta solitário e desarticulado); a ausência de maiores informações sobre Umberto Domênico como se a história de vida da pessoa fosse ínfima, devorada ou em vão para a caminhada até a reta final; e a cena que encerra o filme, onde o personagem parece seguir, sem opção, para a mendicância, brincando com seu cachorro, quando surgem as crianças sugerindo o destino difícil e o sentimento de futuro.

 

Confira nossa programação!

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

 

 

Claro que todo um amplo rol de coisas puxam o tapete dos personagens e da Itália: as baixas aposentadorias, o desprestígio do ministério do trabalho, a repressão da polícia, a inflação, mas sobretudo as dificuldades econômicas e culturais daquele pós-guerra já amordaçado pela nova fase colonialista, onde despontou o programa de recuperação econômica chamado Plano Marshall.

 

Começava ali a nova fase de reformas sistêmicas em função das demandas do capital, ou melhor, dos credores (e não das necessidades populares) que acabaria por gerar o mecanismo do dólar como moeda única (sem lastro, garantido por força militar) que avassalou, desde o período mas sobretudo a partir dos anos 70 – e cada vez sob nova nomenclatura – os últimos 70 anos do planeta, fenômeno que agora parece estar com os dias contados.

 

Não é à toa que a intuição genial do cineasta situa parte importante do impasse na ideia de pedir esmola (o protagonista cheio de vergonha coloca seu cão pra realizar a função), ou seja o contexto onde se dissolve não só o capital próprio, mas o próprio valor diante da crise do trabalho.

 

É assim que a dependência estrutural lança sua força supressora sobre todos, bons e ruins, trazendo o cenário de desterro. Por isso que Umberto Domênico parece não saber nenhum ofício, não ter nenhuma alternativa que lhe ajude contra o desamparo de velho solitário a que se vê entregue. Fica a solidariedade com o animal, uma fórmula que funciona no filme e lembra Chaplin ou a própria dupla criança/ bicicleta de Ladrões, mas que também vale pra ilustrar esses casos comuns do Brasil contemporâneo onde se vê direto, nas ruas, muita gente sem rumo.

 

A própria lentidão da montagem a partir da metade do filme, que o autor quis usar como elemento ilustrativo, metáfora do seu personagem, parece incorporar-se à linguagem da obra suprimindo-se como dado específico, inexistindo como elemento adicional ou expressivo do conflito.

 

É como se a psicologia retardatária do velho Domênico estivesse definitivamente amalgamada à Itália que sai atordoada do fascismo e assiste, atônita, ao exército de ocupação norte-americano engravidar suas moças. Por tudo isso Umberto D é pra sempre um grito corajoso contra a desumanização das metrópoles e seus sistemas carcomidos na injustiça. O filme foi visto como o último dos neorrealistas. A rigor pouca coisa surgiu para acrescentar sobre esse cenário social de dependência estrutural que é recorrente.

 

 

* É diretor de cinema

 

13-7-16 Manifestação de estudantes da Anhanguera

Os dez fundos especulativos que controlam Kroton e Estácio e o seu processo de fusão

13-7-16 Manifestação de estudantes da Anhanguera

Manifestação de estudantes da Anhanguera em 2015

 

CAMILA SEVERO*

 

 

Após registrar um aumento de 61,2% no lucro líquido do primeiro trimestre de 2016, em relação ao mesmo período do ano anterior, a Kroton Educacional está tentando comprar a ‘rival’ Estácio Participações. A possível fusão prevê corte de gastos, entre eles de salários de professores e funcionários, e aumento dos lucros. Os dez acionistas que as empresas têm em comum, que são fundos estrangeiros de investimentos e possuem 46% da Estácio e 32% da Kroton, comemoraram.

 

A unificação dos negócios entre Kroton e Estácio passa longe da discussão sobre qualidade de ensino, é simplesmente financeira e pode criar um verdadeiro monstro, com 1,6 milhão de estudantes universitários no país. A Kroton já é a maior multinacional de educação controlada pelo capital financeiro internacional presente no país, e acumulou no primeiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 599,4 milhões.

 

Entre os dez acionistas que as empresas têm em comum estão: o fundo norte-americano Oppenheimer, que tem 17% da Estácio e 5% da Kroton, além de participações na Embraer, MRV e outras; fundo sul africano Coronation, que tem 10% da Estácio e 4,5% da Kroton, além de participações na Hering, Marisa e outras; o fundo norte americano BlackRock, que tem 5% da Estácio e 5% da Kroton, além de participações na Embraer e outras; Capital World Investors, que tem 5% da Estácio e 5% da Kroton, além de participações na Klabin, na BM&FBovespa, e outras.

 

Os fundos BlackRock e Capital World Investors estão entre os maiores fundos de investimentos do mundo e tem investimentos no Bank Of America, Citi Group, JP Morgan, Goldman Sachs. Ou seja, o que não falta é sanguessuga querendo se aproveitar dos estudantes brasileiros.

 

O objetivo da fusão é remunerar seus acionistas, driblando a crise econômica e a queda dos investimentos no FIES, que garantia lucro certo às privadas. Ricardo Kim, analista da XP Investimentos, afirma que com fusões e aquisições, fica mais fácil gerar receita. No mesmo sentido Bruno Giardino, do Santander, diz que “a compra da Estácio pode ser um gatilho para que outras transações ocorram no segmento, as empresas tendem a ficar inclinadas a se combinar para se manterem competitivas”, palavras bonitas para dizer que mesmo com a crise as empresas não vão deixar de gerar lucro, mesmo que para isso seja preciso demitir, superlotar ainda mais as salas de aula e precarizar ainda mais o ensino.

Segundo os acionistas a proposta da Kroton deve gerar ganhos rápidos para esse grupo de acionistas por meio de cortes de custos, já que a operação da Estácio é considerada “menos eficiente”. A expectativa é que a Kroton integre a área administrativa das empresas, “o que geraria redução direta de despesas [leia-se postos de trabalho] logo que concluída uma fusão”.

 

Outro ponto importante são os custos com professores. “Um fator chave nas grandes companhias privadas de ensino é a capacidade de manter um alto número de alunos por sala de aula, de forma a impedir que a formação de muitas turmas com poucos estudantes se torne onerosa. Para isso, a Kroton tem um modelo acadêmico que consegue combinar turmas numa mesma sala de aula e, do ponto de vista do investidor, esse modelo é mais eficaz que o da Estácio”, dizem os analistas do jornal Valor Econômico em defesa da experiência da multinacional.

 

A Associação de Docentes da Estácio de Sá (Adesa), que representa os cinco mil professores da rede anunciou que é contra a fusão das instituições. Antonio Rodrigues, diretor do Sindicato dos Professores do Município do Rio e Região (SinproRio), avaliou “quando eles fundem, você perde a referência de negociação […] Hoje, os professores do Rio ganham, por hora-aula, em torno de R$ 50, no caso de professor auxiliar, em torno de R$ 53, no caso professor assistente, com pós-graduação, R$ 57, no caso de quem tem mestrado, e R$ 60, para professores com doutorado. Na Unipli (que pertence à Kroton), em Niterói, eles pagam de R$ 25 a R$ 30”.

 

A nível de comparação, em 2015, segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp), um professor da rede estadual paulista (ensino fundamental/médio), recebia em torno de R$ 56 por hora aula.

 

ERRATA: Afirmamos, na última edição, que o grupo GP Investiments era controlador da Estácio com 20% das ações da empresa, mas o grupo de desfez de suas ações em 2013.

 

*É redatora da Hora do Povo

13-7-16 USP

USP quer demitir mais 600 com PDV e reduzir salário

13-7-16 USP

 

A Universidade de São Paulo (USP) quer demitir mais de 600 funcionários e reduzir a jornada de trabalho com redução de salários dos servidores técnico-administrativos. A proposta que aprofunda o desmonte da universidade e do Hospital Universitário (HU-USP), é pauta do Conselho Universitário (CO), que se reúne esta semana. No último plano de demissão feito pelo reitor Marco Antonio Zago, foram desligados 1.433 servidores, segundo dados Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).

 

O novo plano de Demissões Voluntária (PDV) e o Plano de Incentivo à Redução de Jornada (PIRJ) valerá apenas para profissionais técnico-administrativos com ao menos 20 anos de trabalho, não atingindo por enquanto docentes, médicos, enfermeiros e profissionais de enfermagem. Para o Sintusp, “unidades e estruturas vitais de ensino, pesquisa e extensão que também garantem a permanência estudantil, como, por exemplo, hospitais, creches e bandejões, já desfalcados de pessoal, estão agora sob ameaça de reduções de quadro ainda maiores aumentando a sobrecarga de trabalho” denunciou a entidade. Desde 2014, a USP está com o quadro de funcionários congelado.

 

O Sindicato destacou ainda que a reitoria afronta mais uma vez a categoria ao propor o PIRJ. “Além de não reajustar os salários conforme a inflação em 2016 desrespeitando a data-base (01/05), de cortar ilegalmente o ponto de trabalhadores em greve desde 12/05, a reitoria propõe agora uma redução da jornada com redução salarial através do Programa de Incentivo à Redução de Jornada (PIRJ). Se a medida for aprovada, o desmonte da universidade em curso avançará agora sobre as condições básicas de subsistência de trabalhadores que continuarão com sobrecarga já que as contratações do setor técnico-administrativo seguem congeladas até 2018”, disse o Sindicato em nota.

 

Fonte: Hora do Povo (Foto: Danilo Verpa – Folhapress)

 

11-7-16 Capoeira

Terceiro batizado e troca de cordas da Capoeira na UMES

11-7-16 Capoeira

 

Na manhã do próximo domingo, dia 17, a Capoeira na UMES realizará o seu 3º Batizado e Troca de Cordas, com organização dos professores Pavio e Royal, sob a supervisão do mestre Bambu e mestrando Pardal. “O nosso projeto de levar a capoeira para as escolas está cada dia mais forte graças aos estudantes e a comunidade”, afirmou Pavio ao comentar as dezenas de apresentações realizadas pela cidade de São Paulo com o intuito de afirmar a capoeira e a cultura popular.

 

Venha assistir o nosso batizado no dia 17 de junho, às 10 horas na Rua Rui Barbosa, 323, na sede central da UMES, com entrada franca

 

“Este ano fizemos dezenas de apresentações nas escolas públicas e com isso a procura pela capoeira aumenta a cada dia. Assim o projeto se ampliou e hoje recebemos não apenas os estudantes mas também a comunidade da Bela Vista. Hoje temos pais, filhos, netos, todos juntos fazendo capoeira”.

 

Para Fabiano o crescimento da Capoeira na UMES é mais uma demonstração da necessidade de incluir o seu aprendizado na grade curricular das escolas de São Paulo. “A ampla participação e procura pela capoeira é o resultado do sentimento e vontade popular de ver a capoeira dentro da escola pública. É um sentimento que cresce a cada dia e é com essa energia que vamos realizar o nosso terceiro batizado e troca de cordas da capoeira na UMES”.

 

Até agora muitos mestres importantes confirmaram sua presença na atividade, entre os quais o mestre Bambu, Pajé, Gaucho e Pardal. Também confirmaram presença os contra-mestres Lazanha e o Cibernético. Entre os professores convidados estão o Pitbull, a Jaque e o monitor Tininga.

 

A Capoeira na UMES é um projeto tratado com muito carinho pela diretoria da entidade porque expressa a sua política cultural voltada a valorização das riquezas artísticas do povo brasileiro. O batizado é aberto ao público com entrada gratuita.

 

11-7-16 Abaixo-assinado

Campanha de assinaturas por novas eleições continua por mais três semanas

11-7-16 Abaixo-assinado

 

A diretoria da UMES decidiu prorrogar por mais três semanas o abaixo-assinado em defesa de novas eleições presidenciais, de acordo com o Projeto de Decreto Legislativo 16, de 2016, em tramitação no Senado, que visa a convocação de um plebiscito para a realização de nova eleição presidencial. “Coletar assinaturas deixou bem claro a necessidade que a população brasileira tem de pedir novas eleições. O povo não aceita mais nem Dilma e nem Temer e a quantidade de assinaturas que alcançamos prova isso! Vamos continuar nas ruas pra libertar o país das mãos de quem não liga para a juventude e para os estudantes”, afirmou Thais Alves, vice-presidente da UMES.

 

Até sexta (8) a diretoria da entidade recolheu 21.761 assinaturas de apoio à realização de nova eleição presidencial. Ao avaliar esse resultado o presidente da UMES, Caio Guilherme, disse que a coleta de assinaturas é muito positiva, principalmente pelo contato que os estudantes estão mantendo com o povo nas ruas e praças de São Paulo. “A cada dia que passa, o país vai afundando com as políticas de cortes de direitos e recessão do Temer, o povo não aguenta mais esse governo entreguista. Por isso vamos continuar com a campanha para colher mais assinaturas e só vamos parar quando esse governo sair”.

 

Quer coletar assinaturas com a UMES? Não perca tempo, fique por dentro da nossa agenda

Contato: (11) 3289-7477 – umes@umes.org.br Facebook

Ou nos faça uma visita na sede mais próxima

 

PLEBISCITO J NOVO

 

Lucas Chen, que é Diretor de Escolas Técnicas, afirmou que tanto Dilma quanto Temer não reúnem mais condições para governar o Brasil. “Acredito que ficou claro para todos que apoiaram esta campanha que o governo não tem representatividade dentro de nossa sociedade. Diversas vezes observamos pessoas buscando novas alternativas por não aguentar mais a conjuntura do país. Por isso, mais uma vez, a UMES sai às ruas para apresentar um caminho a sociedade, que é a realização de ‘Eleições Já’!”

 

Nesse sentido, o tesoureiro da UMES e Coordenador da Região Leste, Jonathan de Oliveira, explicou que o abaixo-assinado é um movimento nacional que já coletou mais de 100 mil assinaturas em todo o Brasil. “A coleta de assinaturas foi um movimento nacional de suma importância porque o povo brasileiro está farto de tantas medidas contrárias aos nossos interesses. Não queremos mais cortes na educação, privatização, desemprego e recessão. Queremos uma nova alternativa que é o plebiscito por novas eleições. Só assim poderemos livrar o país desse desgoverno”.

 

Já Bianca Antonini, Diretora do Departamento Feminino, explicou como as pessoas têm reagido a campanha por novas eleições na cidade de São Paulo. “Nas ruas as pessoas aceitavam muito bem a campanha, elas querem eleger um novo presidente. Normalmente é muito difícil abordar as pessoas na rua, elas não param, mas quando você fala em “novas eleições” elas voltavam na hora. Isso ocorre porque é uma bandeira que dá esperança a população. Estamos a cada dia avançando na compreensão de que o povo é soberano e tem o direito de escolher quem é que vai governar”.

 

6-7-16 A Fuga do Planeta Terra

Projeto “Diversão na Telinha” reúne mais de 70 crianças em sessão de cinema infantil

6-7-16 A Fuga do Planeta Terra

 

Na tarde de hoje (6) tivemos uma sessão de cinema muito especial, com mais de 70 crianças do Bixiga, todas atendidas pelo Serviço de Assistência Social à Família (SASF). “Criar a possibilidade de aproximar essas crianças de um cinema real foi muito importante”, afirmou Harllen Oliveira, que é Técnico Psicólogo da SASF Nossa Senhora das Graças – Bela Vista e um dos responsáveis pela apresentação do filme infantil.

 

O SASF realiza um trabalho de acompanhamento junto as famílias do Bixiga que recebem algum beneficio do governo, como o Bolsa Família. Para Harllen o trabalho realizado com as crianças busca ocupar o seu tempo criando um espaço de sociabilização ao passo que gera oportunidades de acesso a experiências como a de hoje, no cinema. Ele destacou que as crianças ficaram muito entusiasmadas em assistir ao filme no Cine-Teatro Denoy de Oliveira.

 

6-7-16 A Fuga do Planeta Terra1

 

A sessão infantil de hoje apresentou o filme “A Fuga do Planeta Terra”, de Callan Brunker, sob a organização do SASF em parceria com a equipe do Cine-Teatro Denoy de Oliveira. Conforme explica Harllen, este é um projeto antigo da entidade, que anteriormente era chamado de “Cinema Pipoca” e desde o início tinha suas apresentações de cinema realizadas na sede do SASF. Pouco depois o projeto passou a ser chamado de “Diversão na Telinha”, e essa semana teve a sua primeira sessão na telona da sede central da UMES.

 

Para Junior Fernandes, coordenador do Cine-Teatro Denoy de Oliveira, a “importância dessa sessão foi mais uma vez a de abrir o cinema da UMES para a comunidade, para as crianças do bairro, que são o futuro da UMES. Este é um espaço dos estudantes, dos jovens e das crianças”, comentou salientando que a criação de uma mostra de cinema voltada ao publico infantil era um projeto antigo. Ele ainda afirmou que a parceria com o SASF foi uma iniciativa muito importante, que renderá uma nova sessão na próxima semana, e quem sabe de inicio a mostra infantil de cinema na UMES.